tag:blogger.com,1999:blog-21169870060193124612023-11-16T05:18:43.888-08:00Blog da Limiarliteratura / cultura / sociedadeBlog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.comBlogger151125tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-78322175159290127952022-08-18T07:40:00.001-07:002022-08-18T07:40:04.680-07:00O bozo e o bode<p><b><span style="font-size: x-small;"></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-size: x-small;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif6Wz7pZhqggzQeEE09B4F7AbASrCTgKGYgSYVwSMJNFJpe2NCrtsDeGj-4PinU1tGOQuXpHuevzphDx9pexS1rVc-TZaIQSMu_A7Zjp4vX12vjU25Qregud4PiIA9kBD1VIwyVOoDQhRtFdYhXezv1SEqD9BxuNgUqSrQQZgSQLapp_WRaKjOmmtB/s1127/bozo%20bode.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="748" data-original-width="1127" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif6Wz7pZhqggzQeEE09B4F7AbASrCTgKGYgSYVwSMJNFJpe2NCrtsDeGj-4PinU1tGOQuXpHuevzphDx9pexS1rVc-TZaIQSMu_A7Zjp4vX12vjU25Qregud4PiIA9kBD1VIwyVOoDQhRtFdYhXezv1SEqD9BxuNgUqSrQQZgSQLapp_WRaKjOmmtB/s320/bozo%20bode.jpg" width="320" /></a></span></b></div><b><span style="font-size: x-small;"><br /> </span></b><p></p><p><b><span style="font-size: x-small;">Por Norian Segatto</span></b></p><p class="MsoNormal">Todos (ou quase) conhecem a história do bode. Para resumir.
Uma família vivia reclamando que havia uma goteira no teto da sala e pedindo
para o marido arrumar o telhado antes da nova época de chuvas. Um dia ele
aparece na casa com um bode e coloca o bicho na sala. E bode faz o que sabe
fazer: começou a comer todos os móveis, defecar e urinar no chão e cheirar
feito um bode. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Toda a família gritou contra o bode, mas ele continuava ali
fazendo estragos. Em certo dia de chuva, o marido retirou o bode da sala e foi
uma alegria e alívio geral, apesar de as goteiras continuarem, mas ninguém na
família ligava mais para isso, aliviada que estava por se livrar do bode.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Pois bem, metáfora semelhante acontece neste final de
governo lamentável. Após destruir a economia, devastar a Amazônia, liberar
quantidades absurdas de venenos apelidados de agrotóxicos, cortar verbas para
saúde e educação, precarizar as relações de trabalho criando um exército de
subempregados sem qualquer direito, negar vacina para a população causando
milhares de mortes, apoiar milícias, aumentar exponencialmente a miséria, a
fome, o desemprego e a inflação, promover bolhas de ódio nas redes sociais por
meio de gabinetes paralelos, enriquecer familiares, amigos e pastores, se calar
diante do extermínio de povos originários... ufa... poderia ficar até outubro
enumerando as mazelas desse (des)governo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Pois bem, novamente, após a destruição do país (talquei,
surgiu uma dúzia de novos bilionários, você provavelmente não é um deles), às
vésperas da eleição, o governo faz troca-troca com parlamentares aprovando
verbas secretas e recebendo uma bolada de dinheiro, que fere a legislação. Mas,
oras bolas para a leis quando ela não nos interessa. Esse governo, que não agiu
no pior momento da pandemia, criou uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional)
que liberou R$ 41 bilhões para o governo gastar com aquilo que não fez em
quatro anos. Uma PEC que válida até o final do ano.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Cabe aguardar para saber se a população, assim como a
família da história, vai cair no conto do bode, ou vai arregaçar as mangas e
mandar bode e marido irem pastar em outra freguesia. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-39463199453903388792022-04-19T08:07:00.004-07:002022-04-19T08:07:51.121-07:00Moro : analfabeto ou mentiroso<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizlvc4UNfKysBPORgUzOi5WqHdX56RjamSNv4e9CSSdTEBQiPk1cOmU-pvtg6NSiH0hnot5qhws4u4s2ZkTNXBucFnQQUyHibEvHeEE6Ty4L8Y8xgXL9JwEQ4quFJ62IOK4ZvC_RMbKoWvatzRYiSsqJCLawwFOOk7gzCIdslz9TKurbaJYVH6DfTq/s680/moro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="680" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizlvc4UNfKysBPORgUzOi5WqHdX56RjamSNv4e9CSSdTEBQiPk1cOmU-pvtg6NSiH0hnot5qhws4u4s2ZkTNXBucFnQQUyHibEvHeEE6Ty4L8Y8xgXL9JwEQ4quFJ62IOK4ZvC_RMbKoWvatzRYiSsqJCLawwFOOk7gzCIdslz9TKurbaJYVH6DfTq/w347-h347/moro.jpg" width="347" /></a></div><br /><p></p><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;">Sergio Moro, ex-ministro da Justiça no desgoverno Bolsonaro, personagem central da farsa chamada Lava Jato, cujo objetivo central foi tirar Lula da disputa eleitoral, e que agora tenta voos na política, publicou em seu tuiter, dia 18 de abril, a seguinte mensagem: </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="background-color: white; color: #0f1419; white-space: pre-wrap;"><i><span style="font-family: arial; font-size: large;">"Hoje, no Dia do Livro Infantil, divido com vocês não só a leitura que marcou minha infância, mas uma das lembranças mais bonitas que eu tenho: minha mãe, Odete, me ensinando a ler com o livro Dendeleão"</span></i></span></div><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOKw0yA9_IlFogVoAXfp4e0J3QTmAOz1TiUVAOCPKF9_iVmmwa-tgMdT58aB6RL0MOVToCby5mBA7D6x9c3aBWPNReJQaQw9afISyuPb5KKnbuz5NQ1L1ibB_70zL1FMrQ5LzddBWakON46hBZl87hd4zvhXMMUO0iWj_tYWWJAO3stEj_7saoml69/s680/moro.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="680" data-original-width="680" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOKw0yA9_IlFogVoAXfp4e0J3QTmAOz1TiUVAOCPKF9_iVmmwa-tgMdT58aB6RL0MOVToCby5mBA7D6x9c3aBWPNReJQaQw9afISyuPb5KKnbuz5NQ1L1ibB_70zL1FMrQ5LzddBWakON46hBZl87hd4zvhXMMUO0iWj_tYWWJAO3stEj_7saoml69/s320/moro.jpg" width="320" /></a></div><br /><span style="background-color: white; color: #0f1419; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial;">Não precisa ser muito gênio para fazer as contas. Moro nasceu em agosto de 1972, o livro Dendeleão (Ediouro) foi lançado em 1995, quando o futuro juiz tinha 23 anos!!! </span></span><p></p><p><span style="background-color: white; color: #0f1419; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial;">Isso mesmo.... Moro afirma que aprendeu a ler aos 23 anos. </span></span></p><p><span style="background-color: white; color: #0f1419; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: arial;">Das duas, uma: ou ele foi alfabetizado enquanto cursava a universidade ou é um grande mentiroso. Qual é a sua opinião? </span></span></p><p><span style="background-color: white; color: #0f1419; font-family: -apple-system, BlinkMacSystemFont, "Segoe UI", Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 23px; white-space: pre-wrap;"><br /></span></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-89140429802876538732022-03-02T10:06:00.003-08:002022-03-02T10:13:23.620-08:00Djalma Santos, do porão ao palácio<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhRS860zP1rJlg7fJJgCFYy45a_tV6p7YP5yhOF5GxAkXlaW3AFKr3VV81FLWJFdUijbuY3bVIe4xbJJBjkrVSA2oppK1MZoY_6QWy8z_Gncu8TfCmY6xqBa630te3_BV2PEzmF7sCSlieUonNM5qZ42k_7M0XJXoh2OJh-dJczpA4zf2xFMaDd_HOF=s1231" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="876" data-original-width="1231" height="274" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhRS860zP1rJlg7fJJgCFYy45a_tV6p7YP5yhOF5GxAkXlaW3AFKr3VV81FLWJFdUijbuY3bVIe4xbJJBjkrVSA2oppK1MZoY_6QWy8z_Gncu8TfCmY6xqBa630te3_BV2PEzmF7sCSlieUonNM5qZ42k_7M0XJXoh2OJh-dJczpA4zf2xFMaDd_HOF=w384-h274" width="384" /></a></div><span data-offset-key="9fved-2-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;"> </span><p></p><div data-block="true" data-editor="c6jfm" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><b>Por Norian Segatto</b></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;">Em 2013 tive o prazer e honra de lançar o livro Djalma Santos, do porão ao Palácio de Buchingham, em coautoria com a querida Adriana Mendes e o amigo Flávio Prado. </span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0GzzKOn8Wc8iG7XZ0Ub7OLPNn634YKoxcDZldbOXAbFoLuisi2j34v2eun-T1Kl1ero5Oy1sGKz5mWaSmax6toNK3w2A9JE11TTDBylW7t28wmIBT51rpaJdYKS98vXLLIqIxH_Ii57Q0uzhQXj1Nuv-ks8KOtxGNcG0RjGxZsvugzI1UKdUpsFNA=s512" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="512" data-original-width="442" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEg0GzzKOn8Wc8iG7XZ0Ub7OLPNn634YKoxcDZldbOXAbFoLuisi2j34v2eun-T1Kl1ero5Oy1sGKz5mWaSmax6toNK3w2A9JE11TTDBylW7t28wmIBT51rpaJdYKS98vXLLIqIxH_Ii57Q0uzhQXj1Nuv-ks8KOtxGNcG0RjGxZsvugzI1UKdUpsFNA=s320" width="276" /></a></div><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;">A ideia inicial era fazer um livro homenagem ao jogador, mas desde o início avisamos que iríamos procurar e nos ater a fatos, bons ou ruins. Fomos pesquisar sua vida, conversar com pessoas que conviveram com ele, tentar encontrar "capivaras" de sua biografia. Óbvio que Djalma Santos não foi um santo encarnado na Terra, mas todas as pessoas que conversamos guardavam do homem e do jogador uma lembrança de muito respeito e carinho. Djalma ainda estava vivo na época, então, nem se pode atribuir à falsa complacência humana destinada aos mortos.</span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhH5zpNgLsoXm2oCF7WkeipyYPDh51yJQ-W4gZ9zJxG1hxfpFtNkymrmXJ1R8C_lA8V_018q05fd1x-C_CjK2P7wOrTwHI3cgCCH_y7Fy-N4ZxDsqVWe2_tvVqb7GfSxE4mjLZsVKsrjCS7s8zzatqdNtmsgNt59NlJxoygRR8NdO30XBAw45rKdlCT=s3408" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2552" data-original-width="3408" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhH5zpNgLsoXm2oCF7WkeipyYPDh51yJQ-W4gZ9zJxG1hxfpFtNkymrmXJ1R8C_lA8V_018q05fd1x-C_CjK2P7wOrTwHI3cgCCH_y7Fy-N4ZxDsqVWe2_tvVqb7GfSxE4mjLZsVKsrjCS7s8zzatqdNtmsgNt59NlJxoygRR8NdO30XBAw45rKdlCT=s320" width="320" /></a></div></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;">Djalma tinha tudo para dar ruim. Preto, pobre, perdeu a mãe ainda criança e teve um pai desde sempre ausente. Quando foi procurar o pai após a morte da mãe, foi ameaçado de agressão pelo genitor, caso tentasse se reaproximar. Ele e a irmã mais velha, mas ainda criança (ela tinha por volta de 11 anos) foram morar sozinhos no porão de uma casa. Um script perfeito para um desastre, mas quis o destino que Djalma se tornasse jogador de bola - e dos bons - e alçasse à condição de o me<br />lhor lateral direito de todas as seleções que o Brasil já teve. </span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;">Humilde e simpático, o entrevistamos algumas vezes em Uberaba (MG), onde morava em uma casa singela para a enormidade de seu futebol (e os valores milionários recebidos atualmente pelos grandes atletas). Na garagem um carro gol, com um adesivo da Portuguesa de Desportos, seu primeiro time profissional, e na sala uma coleção de troféus, fotos e lembranças de um campeão na vida e no esporte. </span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjuxkv-16j9vB2NrKdCnBn3VL-e9iAZXNFGmWBP4T62BxEo7jI4LxbW6YU__jl-Z7srFPKr9nbV5eXg-lfhtRg_26gQwQgxNtLW8pgYQ8wmeKKeI9sAUvVsbN9nZfjTizj1mCOAVy0y2wt8DP7oqqfag-ny7q5-UxVlxeRaixVAcj6weFlpiitpbZ5E=s3648" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="2736" data-original-width="3648" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjuxkv-16j9vB2NrKdCnBn3VL-e9iAZXNFGmWBP4T62BxEo7jI4LxbW6YU__jl-Z7srFPKr9nbV5eXg-lfhtRg_26gQwQgxNtLW8pgYQ8wmeKKeI9sAUvVsbN9nZfjTizj1mCOAVy0y2wt8DP7oqqfag-ny7q5-UxVlxeRaixVAcj6weFlpiitpbZ5E=w239-h179" width="239" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhEBbGVmaNZgOhvoSc4Kwt-kxpKsYMIxouVZi1jdB4voXeVc6-S8ElqMdATzaI8R4oIZySYmOJt79ZxGJQYdmWJNVN-XEaT8G55QPyOXj0U-0E1MqWD7jfMi1QyxHK0XET8jvjFVqViC5OBjZI0V-mvSiNclMmYu4GWoYQm8pRepOkpVFeUZi1FcaRT=s3648" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="Djalma Santos com Adriana Mendes, Flávio Prado e Norian Segatto (acima)" border="0" data-original-height="2736" data-original-width="3648" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhEBbGVmaNZgOhvoSc4Kwt-kxpKsYMIxouVZi1jdB4voXeVc6-S8ElqMdATzaI8R4oIZySYmOJt79ZxGJQYdmWJNVN-XEaT8G55QPyOXj0U-0E1MqWD7jfMi1QyxHK0XET8jvjFVqViC5OBjZI0V-mvSiNclMmYu4GWoYQm8pRepOkpVFeUZi1FcaRT=w200-h150" width="200" /></a></div></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;">Djalma viu a primeira versão do livro, se emocionou, mas veio a falecer poucos meses antes de o livro ser lançado. Neste 27 de fevereiro de 2021 completaria 93 anos de idade. </span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;">Entrei nesse projeto com a "demanda" de fazer um livro em homenagem ao jogador. Sai dele com a certeza de que, além de grande atleta, Djalma foi um excepcional ser humano. </span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><br /></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;">Quem desejar acompanhar mais sobre o livro há uma página no <u>facebook dedicada ao Djalma.</u></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><u><br /></u></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"><u>___________</u></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><u><b>Fotos:</b>
<b>1. </b>Página de introdução do livro Djalma Santos, do porão ao Palácio de Buckingham
<b>2.</b> Capa do livro
<b>3. 4. e 5 </b>Djalma Santos com Norian Segatto, Flávio Prado e Adriana Mendes durante a primeira entrevista em sua residência, em 2012.</u></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit; font-size: x-small;"><u>Crédito - arquivo pessoal</u></span></div><div class="_1mf _1mj" data-offset-key="e2tv3-0-0" style="direction: ltr; font-family: inherit; font-size: 15px; position: relative;"><span data-offset-key="e2tv3-0-0" style="font-family: inherit;"> </span></div></div>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-66565799609824368572021-10-21T07:11:00.002-07:002021-10-21T07:11:17.455-07:00Relatório da CPI da Covid acusa Bolsonaro por crime contra a humanidade <p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7jKaBrJ5C-MEEBOZEpuFYe_BTbYVYWWemyb6_q7XS_7sCd64Aj_knqetyoH3YTX9wFR5Oa2FpmluNcuD4qI2hwMpudptyeW4XwIfKPGhMaiP5U6FwHFHcHsfAjbK90jXFvG2cWCfqeRo/s619/genocida+cartaz.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="489" data-original-width="619" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7jKaBrJ5C-MEEBOZEpuFYe_BTbYVYWWemyb6_q7XS_7sCd64Aj_knqetyoH3YTX9wFR5Oa2FpmluNcuD4qI2hwMpudptyeW4XwIfKPGhMaiP5U6FwHFHcHsfAjbK90jXFvG2cWCfqeRo/s320/genocida+cartaz.jpeg" width="320" /></a></div><p></p><p><br /></p><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><b><span style="background: white; color: #777777; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 9.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Por Norian Segatto</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em suas 1180 páginas, o relatório
final da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaurada para apurar a
condução da pandemia de Covid 19 no Brasil, trouxe à luz o circo de horrores
promovido por integrantes dos vários escalões do governo, empresários e
“especialistas”, que atestavam a eficiência de remédio de piolho contra o vírus
letal. Em suas conclusões, o presidente Jair Bolsonaro foi acusado por nove
crimes: crime contra humanidade. No texto final, no entanto, foram retiradas as
acusações de genocídio e homicídio qualificado, que constavam da versão
preliminar do relatório.</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<div align="center">
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="mso-cellspacing: 0cm; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 0cm; mso-yfti-tbllook: 1184;">
<tbody><tr style="mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-irow: 0;">
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;">
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
</td>
</tr>
<tr style="mso-yfti-irow: 1; mso-yfti-lastrow: yes;">
<td style="padding: 0cm 0cm 0cm 0cm;">
<p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Além de Bolsonaro pai, são citados no
relatório seus três filhos, Flávio, Eduardo e Carlos, o ministro da Defesa,
Braga Neto, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga e o ex- ministro Eduardo
Pazuello, Onyx Lorenzoni, da Secretaria-geral da Presidência e o ex-ministro
Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, além de empresários, como Luciano
Hang, o “véio da Havan”.</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><b><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; padding: 0cm;">Crimes contra a humanidade</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ao anunciar o documento final, o
senador Renan Calheiros (MDB-AL) apontou que o pedido de indiciamento de
Bolsonaro por crimes contra a humanidade tem por base três eventos: as ações
contra os povos indígenas, a condução da crise da saúde em Manaus e divulgação
de informações inverídicas sobre a eficiência de tratamentos precoces e
medicamentos. Em entrevista à BBC, Calheiros confirmou que irá apresentar a
denúncia no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia (Holanda).</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMmnaPn2JJxoGEaDnCmecbu3rKVPmjI7Q27rqN4QTulW2brBQ5tcP1GS9Zg9hkU-Rxv4lwpa863jgwYAS28srxKFExMqoYzPqaYSV0zkTF3uGxo6tj2JOouNiHOHlKAzmgzubhZUA03ak/s800/cpi+senado.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMmnaPn2JJxoGEaDnCmecbu3rKVPmjI7Q27rqN4QTulW2brBQ5tcP1GS9Zg9hkU-Rxv4lwpa863jgwYAS28srxKFExMqoYzPqaYSV0zkTF3uGxo6tj2JOouNiHOHlKAzmgzubhZUA03ak/s320/cpi+senado.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: x-small;"><b>Sessão da CPI da Covid. Foto Agência Senado</b></span></td></tr></tbody></table></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Apesar de o relator tentar afirmar que “genocídio” e “crime contra a
humanidade” são similares há diferenças jurídicas e de implicações legais.
Genocídio significa a execução de um crime contra um grupo específico, com o
propósito de sua eliminação, como foi, por exemplo, o holocausto contra os
judeus. Nos crimes contra a humanidade há um grupo específico, mas não a
intenção declarada de extermínio, como, por exemplo, o regime de apartheid na
África do Sul.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ambos os crimes estão descritos no
Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional. O Brasil é signatário desse
estatuto desde 2002 por meio do <a href="https://www.blogger.com/blog/post/edit/2116987006019312461/3784428528458069879"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: blue; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Decreto 4.388.</span></a></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><b><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; padding: 0cm;">E agora?</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Muitas pessoas têm questionado quais
são os próximos caminhos e que tipo de consequência prática haverá contra os
denunciados, em especial o presidente da República. Do ponto de vista legal, o
relatório será encaminhado à Procuradoria Geral da República (PGR) e outras
instâncias do Ministério Público, que ficará responsável por instaurar ou não
processos.</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Entretanto, a maior ou menor
agilidade e “boa vontade” dos órgãos para dar andamento e consequência às
denúncias irá depender da pressão popular; os porões da extrema direita, com
seus gabinetes de ódio, sua rede de fake news, seus porta-vozes na mídia e tentáculos
no parlamento farão de tudo para abafar e desqualificar o relatório.</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; vertical-align: baseline;"><span style="color: #666666; font-family: "Helvetica",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Institucionalmente, o grupo palaciano
sente o desespero e imediatamente anunciou uma reforma no programa Bolsa
Família, rompendo o teto de gastos estabelecido por lei. Os novos valores têm
validade até o final de 2022, justamente no período eleitoral.</span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><br /><p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-58753494926776786832021-10-08T10:00:00.004-07:002021-10-08T11:32:09.564-07:00O pior Che de todos os tempos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyhseLU5Qs5Pv8vOeHSK47ZzQUBYpdJ_Nd-ymDD9k5QoC5GNWt9_lgY6kYHOPC6LzTS3Ci2_0kp1PWvob6MkKQKBrcsPXXCWBH5sNINl1H53vQ30iRjXfgAjQeZQ2m1dDY-agF_IJq5hg/s1600/dvd-che-omar-sharif-jack-palance-novo-lacrado-D_NQ_NP_962421-MLB20774993073_062016-O.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="432" data-original-width="300" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyhseLU5Qs5Pv8vOeHSK47ZzQUBYpdJ_Nd-ymDD9k5QoC5GNWt9_lgY6kYHOPC6LzTS3Ci2_0kp1PWvob6MkKQKBrcsPXXCWBH5sNINl1H53vQ30iRjXfgAjQeZQ2m1dDY-agF_IJq5hg/s320/dvd-che-omar-sharif-jack-palance-novo-lacrado-D_NQ_NP_962421-MLB20774993073_062016-O.jpg" width="222" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
Dia 9 de outubro de 1967 entrou para a história da humanidade como o dia da morte do revolucionário Ernesto Che Guevara. Argentino de nascimento, cidadão do mundo, comandante da revolução cubana, Che foi assassinado na Bolívia quando tentava organizar a guerrilha naquele país.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
Seu nome, seus ideais e sua estampa se tornaram símbolos mundiais de gerações que lutam por liberdade e utopia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
Entretanto, em 1969, dois anos após a sua morte, eis que Hollywood decide produzir um filme sobre a “vida” de Che Guevara. Por “Hollywood” entenda-se a CIA. A revolução cubana completava dez anos, se fortalecia apesar de todo o boicote mundial (exceto da União Soviética e aliados), e representava uma ameaça direta aos projetos de controle dos EUA sobre o restante das Américas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
Ao mesmo tempo, a morte de Che Guevara o elevara à condição de mito e herói mais do que tivera em vida. Morto o homem, o império precisava matar o mito e tentou fazê-lo da forma que havia aprendido com Joseph Goebbels, ideólogo do nazismo que “ensinou” que uma mentira repetida mil vezes vira verdade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; color: #666666; float: left; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; margin-right: 1em; padding: 5px; position: relative;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1KfJZSPlkJlMuSS4bqZ3X_CA2FS9StASOquRgsCKCTQJMCQlxnO_xRt4WMfZ6sO8m9ecumM0OkzhzZ9Qnh5DEx1GJeTBTkJ17IasvyDLJ0oWl6p_wZwaHH-HtGzpu_xgwYAHmKb7Af3Y7/s1600/SportsphotoAllstar_che372.jpg" style="clear: left; color: #888888; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="192" data-original-width="372" height="165" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1KfJZSPlkJlMuSS4bqZ3X_CA2FS9StASOquRgsCKCTQJMCQlxnO_xRt4WMfZ6sO8m9ecumM0OkzhzZ9Qnh5DEx1GJeTBTkJ17IasvyDLJ0oWl6p_wZwaHH-HtGzpu_xgwYAHmKb7Af3Y7/s320/SportsphotoAllstar_che372.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.56px; text-align: center;"><b><span style="color: red;">O maior erro da carreira de Omar Sharif. Segundo ele próprio</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
Um vigoroso orçamento (para a época) de US$ 3 milhões, um elenco com atores de primeira, como o egípcio Omar Sharif (Che) e Jack Palance (Fidel), e direção de <span style="color: #333333;">Richard Fleischer, veterano diretor que um ano antes havia dirigido The Boston Strangler (O homem que odiava as mulheres), foram convocados para produzir a película “Che!” (que no Brasil ainda ganhou o péssimo complemento de “a causa perdida”).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; color: #666666; float: right; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; margin-left: 1em; padding: 5px; position: relative; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuaCvEWA51QxtEZZSnLxs9gi_qR4yytv3n949VQ8DnrBamIGjQ459TJwRxrtFaNL9cseDLR_OUkrU0DE3sVhuKQ-A6HDZVZW8IFwoANpsq-A7uXzf09Nz_KV4G88iazUfhj-UpVZ-lhbUu/s1600/s-l300.jpg" style="clear: right; color: #888888; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="240" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuaCvEWA51QxtEZZSnLxs9gi_qR4yytv3n949VQ8DnrBamIGjQ459TJwRxrtFaNL9cseDLR_OUkrU0DE3sVhuKQ-A6HDZVZW8IFwoANpsq-A7uXzf09Nz_KV4G88iazUfhj-UpVZ-lhbUu/s200/s-l300.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;" width="160" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.56px; text-align: center;"><b><span style="color: red;">Jack Palance é um Fidel patético</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;">Para tentar dar maior veracidade ao enredo, a narrativa mescla a forma de documentário com ficção. Na película, um patético Fidel Castro, eternamente de charuto na boca, que não sabe bem o que está fazendo no filme, na revolução e na vida, e um Che Guevara frio e assassino, que coloca seu sadismo e descaso pela humanidade a serviço de seus interesses revolucionários. Não faltam mortes desnecessárias (para a revolução), hordas de “simples cubanos” sendo enviados para o paredão (fuzilamento) por ordem de Che (enquanto Fidel, sempre de charuto na boca, está embriagado pelo poder), estupros e “depoimentos verídicos” de cubanos que afirmam odiar Che e todo seu legado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;">E assim se desenrola o filme criando uma caricatura do comande Che até culminar na grotesca última cena em que ele é capturado e, antes de ser executado, recebe a visita de um camponês boliviano, que diz que a vida só piorou depois que o comandante quis exportar sua revolução para o continente. Abatido, Che aceita sua sentença como prova de seu fracasso mundial. Nada mais ridículo.<o:p></o:p></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="background: rgb(255, 255, 255); border: 1px solid rgb(238, 238, 238); box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 1px 1px 5px; color: #666666; float: left; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; margin-right: 1em; padding: 5px; position: relative;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmfpccaJhNfIvio5wjFiNfQ3EH-31t1PtyHwocDiIf60moNbCp10CCNnXe_57wkpNiBju2uwWR8GEkUxaLpNsjiYWR95UphS_FlWg1PapmaxaA6LKtduSxyKKNlp9JmSGzMCIGckpqtqGb/s1600/Che-1969-2.jpg" style="clear: left; color: #888888; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-decoration-line: none;"><img border="0" data-original-height="304" data-original-width="720" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmfpccaJhNfIvio5wjFiNfQ3EH-31t1PtyHwocDiIf60moNbCp10CCNnXe_57wkpNiBju2uwWR8GEkUxaLpNsjiYWR95UphS_FlWg1PapmaxaA6LKtduSxyKKNlp9JmSGzMCIGckpqtqGb/s320/Che-1969-2.jpg" style="background: transparent; border: none; box-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.1) 0px 0px 0px; padding: 0px; position: relative;" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 10.56px; text-align: center;"><b><span style="color: red;">Cena em que Chê assina autorizações para fuzilamento<br />em massa sob olhares consternados da igreja e populares</span></b></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;">Antes de o filme estrear, em 1969, Omar Sharif concedeu várias entrevistas afirmando que admirava Ernesto Guevara (sem concordar, necessariamente com seus métodos). <a href="https://nacla.org/article/exclusive-interview-omar-sharif-che" style="color: #888888; text-decoration-line: none;">Uma delas pode ser acessada aqui</a> (em inglês).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;">A recepção do público, no entanto, fez Sharif ter a exata dimensão da roubada em que havia embarcado. Em Paris, uma sala de cinema chegou a ser depredada e incendiada após a exibição do filme.<o:p></o:p></span></div>
<br style="background-color: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px;" />
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; line-height: 15.95pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; color: #666666; font-family: "Trebuchet MS", Trebuchet, Verdana, sans-serif; font-size: 13.2px; line-height: 15.95pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;">Em 2007, Omar Sharif admitiu <a href="http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL206273-7084,00-OMAR+SHARIF+LAMENTA+TER+INTERPRETADO+CHE+GUEVARA+EM+FILME+MANIPULADO.html" style="color: #888888; text-decoration-line: none;">publicamente</a> que aquele foi o pior filme de sua vida e que toda a história e o roteiro foram manipulados pela agência estadunidense de inteligência. "Eu exigi fazer um filme que não tivesse um tom fascista", lembra Sharif, em entrevista à Agência Efe. A CIA estava por trás, queria fazer um filme que agradasse aos cubanos de Miami e eu só me dei conta disso no final", afirmou que ator que classificou o filme como um “produto fascista”. </span></div>
Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-13086653889708166342021-10-07T12:38:00.005-07:002021-10-07T14:57:15.974-07:00Mulheres não menstruam na Bozolândia<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd8M5ryQCJ-TlbeZPzjPdp-lpr4wALvwzveYLCAAVjT_IdzcaxU2r14UDabBFo1RlEid9hxu9bYE3y5jFEFibjikfmg2vIkR7HPeChWuQF80_OJb8ctjvqn3Z6E4Lq67LMhmHLznSVtXA/s275/pobreza+menstrual.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="254" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd8M5ryQCJ-TlbeZPzjPdp-lpr4wALvwzveYLCAAVjT_IdzcaxU2r14UDabBFo1RlEid9hxu9bYE3y5jFEFibjikfmg2vIkR7HPeChWuQF80_OJb8ctjvqn3Z6E4Lq67LMhmHLznSVtXA/w381-h254/pobreza+menstrual.jpg" width="381" /></a></div><br />Por Norian Segatto <p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Pelo menos
era isso que achava o mandatário daquele país, carinhosamente apelidado pela
população de Presidente Genô. Pois bem, nesse país, que faz divisa com Miliciópolis
e Corrupistão, Genô, cujos filhos eram peritos em rachadinhas, não acreditava
que mulher sangrava – foi meu ministro da Saúde que me confirmou isso –
explicava a um gado que pastava pelos seus jardins. Assim orientado, achou por
bem vetar a lei 14.214, do </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual,
que autorizava a distribuição gratuita e pública de absorventes a jovens e
mulheres de baixa renda e situação de rua.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">- Não tem dinheiro pra isso, não, talquei? Argumentava Genô, com o dedo
em posição fálica.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não adiantou a deputada autora do projeto argumentar que uma em cada
quatro jovens não frequenta a escolha durante seus ciclos por não ter dinheiro
para comprar absorvente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">- Esse negócio de ficar com a calcinha manchada de vermelho é coisa de
comunista, meu governo não vai apoiar isso – esbravejou o mandatário de
Bozolândia. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Contra a alegada falta de verbas para fornecer absorvente íntimo às
mulheres, apesar do negacionismo presidencial em reconhecer que isso acontecia
regularmente, estudiosos sugeriram taxar um tiquinho grandes fortunas e empresas
offshores, como aquela que um de seus ministros tentou esconder. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Furioso com tais insinuações, Genô decidiu usar mais a caneta e também
vetou uma parte do projeto que determinava a inclusão dos absorventes nas cestas
básicas entregues pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. O
Congresso Nacional de Bozolândia ainda pode derrubar os vetos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Satisfeito com mais uma sábia decisão, Genô refletia “o governo não está
aqui para ser paternalista com os pobres”, enquanto aprovava dois importantes
projetos para seu país: a liberação de agrotóxicos proibidos há décadas em
outros países e a menor tributação de impostos para os muito ricos. <o:p></o:p></span></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-19253296288024614972021-09-03T08:14:00.003-07:002021-09-03T08:16:33.277-07:00Sérgio Mamberti: a arte ganhou asas<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw-5UmKDvFQvTdTULrvrmRLKdSrtBs7MjEslF2glv7hyphenhyphenQgANgSjZAfSVerMU8xD8qsadFaBx3KVjCZG-Qxz9iYRRt1uBjpEL04Tchx-MT9uxRep0oJlj4llbxvc7wIUfik_PODcLO6JuE/s990/sergio-mamberti-.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="619" data-original-width="990" height="279" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjw-5UmKDvFQvTdTULrvrmRLKdSrtBs7MjEslF2glv7hyphenhyphenQgANgSjZAfSVerMU8xD8qsadFaBx3KVjCZG-Qxz9iYRRt1uBjpEL04Tchx-MT9uxRep0oJlj4llbxvc7wIUfik_PODcLO6JuE/w447-h279/sergio-mamberti-.jpg" width="447" /></a></div><br /><p></p><p><b>Por Norian Segatto</b></p><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Sérgio Mamberti é mais um dos grandes brasileiros que
perdemos nesses tempos sombrios. Grande figura humana e artística, tive o
prazer de conhecê-lo e, mesmo sem nunca termos sido amigos íntimos, pude
compartilhar de sua enorme generosidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Conheci o Mamberti quando estava produzindo <b>Por trás de máscara</b>,
livro reportagem sobre a administração Maluf em São Paulo, em parceria
com Renato Rovai. Era o ano de 1996, acabara de escrever e procurava alguém
para fazer um prefácio. Após algumas consultas veio o nome de Sérgio Mamberti,
mas havia um inconveniente: eu nunca havia feito qualquer contato com ele.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Liguei para o teatro onde ele estava se apresentando, peguei
o número de telefone da assessoria de imprensa dele, liguei, expliquei o
pedido. No dia seguinte, o retorno com o número do telefone direto do Sérgio no
Rio de Janeiro. Liguei, conversei com ele, expliquei a ideia. Com a voz pausada
de eterno tio Victor, ele pediu o texto do livro e, dias depois, encaminhou um
belo prefácio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Quando o livro ficou impresso fomos entregar um exemplar
para ele na residência em São Paulo. Fomos recebidos com chá, mostras de sua
versatilidade como artista plástico – fazia ótimos trabalhos com colagem </span><span style="font-size: large;">–</span><span style="font-size: medium;">,
conversas sobre novos projetos, vida pessoal, política. Uma tarde para ficar na memória, fui lá para agradecer e sai gratificado e com um de seus trabalhos
de colagem como presente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimtGKm4A6nPL16jxJe46TwuxYc5_8dDKR8YjmKHoWPv0ItlLJNRSgD7sZrj6ApYrH9biXiazoth6ISMTt6KO6_oM8z_wTv9HuCF6s4dIsPPxqD7ZTF6-u-C2Jd9mBtmyVmhNGnwFTWSDs/s512/sergio-mamberti-doutor-victor-castelo-ra-tim-bum.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="312" data-original-width="512" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimtGKm4A6nPL16jxJe46TwuxYc5_8dDKR8YjmKHoWPv0ItlLJNRSgD7sZrj6ApYrH9biXiazoth6ISMTt6KO6_oM8z_wTv9HuCF6s4dIsPPxqD7ZTF6-u-C2Jd9mBtmyVmhNGnwFTWSDs/s320/sergio-mamberti-doutor-victor-castelo-ra-tim-bum.jpg" width="320" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Tempos depois ele nos procurou para editar um livro de
memória de sua mãe. Um livro singelo, uma homenagem. Novas tardes de prosa e
descoberta cada vez maior do grande ser humano ao lado do grande artista. Ficou
um belo livro, com projeto gráfico de Rico Lins e uma bela homenagem. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNscRmfwHD3nAe6Dc0_EII7gNCSh9JJIBBH4YZ4wVNm8zZYbNPfDIYqBaGaz9kNKAumREzxFYTRyS6gn9QLScvRHbFwIUm8QbblPV9fnLycZ12EZ3GHc03QYgn48hSankeOxAYHQyXomQ/s1332/WhatsApp+Image+2021-09-03+at+12.03.25.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1020" data-original-width="1332" height="245" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNscRmfwHD3nAe6Dc0_EII7gNCSh9JJIBBH4YZ4wVNm8zZYbNPfDIYqBaGaz9kNKAumREzxFYTRyS6gn9QLScvRHbFwIUm8QbblPV9fnLycZ12EZ3GHc03QYgn48hSankeOxAYHQyXomQ/s320/WhatsApp+Image+2021-09-03+at+12.03.25.jpeg" width="320" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">No lançamento, na Travessa do Rio de Janeiro, Sérgio fez
questão que ficasse hospedado em sua casa, no Jardim Botânico. Contou
deliciosas histórias de sua vida profissional e pessoal. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Nos encontramos em algumas outras ocasiões e eventos, o
tempo foi nos afastando, mas nunca esmaeceu a admiração pelo tio Victor, por
Sérgio Mamberti, acima de tudo um grande ser humano. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;">Aos 82 anos, Sérgio nos deixou neste início de setembro. Seu exemplo como ser humano e artista nunca irão nos deixar. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><br /></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-size: medium;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><o:p></o:p></p><br /><p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-30716888446415589772021-07-13T09:33:00.004-07:002021-07-13T11:46:51.439-07:00ECA: 31 anos de avanços e conquistas e perigo de retrocesso<p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr2AwcNHXUF2jjTcZZBujqaxxId7YCjKfw9kcPag56m0VYrG08Nqv71eZ0uMACQDUYZRIkajqD5YDcpfpJK4P_as6sq3vzbJioheF-_Uox-b1UJx27W-YlSmofoaY4Jo3CkHqK9An7auU/s800/trabalho+brasil+_AFP.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="253" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgr2AwcNHXUF2jjTcZZBujqaxxId7YCjKfw9kcPag56m0VYrG08Nqv71eZ0uMACQDUYZRIkajqD5YDcpfpJK4P_as6sq3vzbJioheF-_Uox-b1UJx27W-YlSmofoaY4Jo3CkHqK9An7auU/w450-h253/trabalho+brasil+_AFP.jpeg" width="450" /></a></p><p class="has-small-font-size" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 13px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Por Norian Segatto</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Assim como o Brasil foi o último país a abolir a escravidão e perpetuou outras mazelas, a proteção e o cuidado à infância foram historicamente relegados e apenas há poucas décadas têm sido vistos como um processo natural e evolutivo do país.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Ainda nos dias atuais a sociedade brasileira convive com o trabalho infantil, a exploração sexual de menores, crianças em situação de rua e vulnerabilidade, aliciadas pelo tráfico, abusos e atos de violência e uma frágil rede de apoio governamental. A promulgação do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, em 13 de julho de 1990 foi um marco no avanço dos cuidados em uma fase vital do desenvolvimento de qualquer ser humano.</p><p class="has-medium-font-size" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 20px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Lento processo histórico</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Na Europa, principalmente, a infância, vista como período de formação, aprendizagem e convívio lúdico foi se desenvolvendo a partir do século 14, à medida em que o Feudalismo perdia espaço para sociedade burguesa pré-capitalista, mas, apenas a partir do século 19, a noção de proteção às pessoas nessa fase da vida começa a ganhar corpo, movida por movimentos humanitários e denúncias das condições de super exploração do trabalho a que crianças eram submetidas.</p><div class="wp-block-image" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1em;"><figure class="aligncenter size-large is-resized" style="box-sizing: border-box; clear: both; display: table; margin: 0px auto 1rem;"><img alt="" class="wp-image-17445" height="366" loading="lazy" sizes="(max-width: 550px) 100vw, 550px" src="https://sinpsi.org/wp-content/uploads/2021/07/trabalho-infantil-Foto_REUTERS-Andrew-Biraj.jpeg" srcset="https://sinpsi.org/wp-content/uploads/2021/07/trabalho-infantil-Foto_REUTERS-Andrew-Biraj.jpeg 800w, https://sinpsi.org/wp-content/uploads/2021/07/trabalho-infantil-Foto_REUTERS-Andrew-Biraj-300x200.jpeg 300w, https://sinpsi.org/wp-content/uploads/2021/07/trabalho-infantil-Foto_REUTERS-Andrew-Biraj-768x512.jpeg 768w" style="border-style: none; box-sizing: border-box; max-width: 100%; vertical-align: middle;" width="550" /><figcaption style="box-sizing: border-box; caption-side: bottom; display: table-caption; margin-bottom: 1em; margin-top: 0.5em;">Foto_REUTERS: Andrew Biraj</figcaption></figure></div><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">O escritor inglês Charles Dickens é um dos expoentes da literatura que expôs tais mazelas, como em seu clássico livro “Oliver Twist”. Outra obra de impacto foi “Os Miseráveis” (publicada em 1862), do francês Victor Hugo.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">No início do século 20, estudos da antropológicos de <a data-id="https://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Mead" data-type="URL" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Margaret_Mead" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #323232; text-decoration-line: none;">Margaret Mead </a>(1901-1978) e de <a data-id="https://ea.fflch.usp.br/autor/edward-evan-evans-pritchard" data-type="URL" href="https://ea.fflch.usp.br/autor/edward-evan-evans-pritchard" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #323232; text-decoration-line: none;">Edward Evan Evans-Pritchard </a>(1902-1973), avançaram no conceito der adolescência como um momento de rito de passagem para a fase adulta da vida.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Já no Brasil, este processo (como vários outros) se deu mais tardia e lentamente. Há registros de trabalho infantil desde a chegada das primeiras caravelas portuguesas ao país, que submetiam crianças de nove, 10 anos, a trabalhos reservados para adultos, eram os chamados grumetes.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">No livro “<a data-id="https://revista.ufrr.br/actageo/article/view/4774/2417" data-type="URL" href="https://revista.ufrr.br/actageo/article/view/4774/2417" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #323232; text-decoration-line: none;">Geografia das Infâncias</a>”, de Jader Moreira Lopes, o autor assinala: “recrutados entre as famílias mais pobres de Portugal, aos grumetes cabia realizar diversos trabalhos nas naus. Muitas vezes alojados a céu aberto, com uma porção alimentar de baixa qualidade e escassa, castigadas constantemente por outros tripulantes, assolados por doenças, essas crianças eram as que mais sofriam no duro trabalho de seus cotidianos”. A mortalidade infantil nas naus portuguesas chegava a 39%, segundo Fábio Pestana Ramos, no estudo “<a data-id="https://www.researchgate.net/publication/275601988_A_Historia_Tragico-Maritima_das_criancas_nas_embarcacoes_portuguesas_do_seculo_XVI" data-type="URL" href="https://www.researchgate.net/publication/275601988_A_Historia_Tragico-Maritima_das_criancas_nas_embarcacoes_portuguesas_do_seculo_XVI" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #323232; text-decoration-line: none;">A História Trágico-Marítima das crianças nas embarcações portuguesas do século XVI</a>”.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Os 300 anos de escravidão só pioraram a situação das crianças (em especial, obviamente, as negras), forçadas a trabalhar desde os quatro anos de idade e considerados “adultos” aos quatorze anos. </p><div class="wp-block-image" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1em;"><figure class="aligncenter size-large is-resized" style="box-sizing: border-box; clear: both; display: table; margin: 0px auto 1rem;"><img alt="" class="wp-image-17446" height="353" loading="lazy" sizes="(max-width: 497px) 100vw, 497px" src="https://sinpsi.org/wp-content/uploads/2021/07/trabalho-infantil_Foto_REUTERS-Parwiz.jpeg" srcset="https://sinpsi.org/wp-content/uploads/2021/07/trabalho-infantil_Foto_REUTERS-Parwiz.jpeg 767w, https://sinpsi.org/wp-content/uploads/2021/07/trabalho-infantil_Foto_REUTERS-Parwiz-300x213.jpeg 300w" style="border-style: none; box-sizing: border-box; max-width: 100%; vertical-align: middle;" width="497" /><figcaption style="box-sizing: border-box; caption-side: bottom; display: table-caption; margin-bottom: 1em; margin-top: 0.5em;">Menina Afegã: trabalho infantil ainda é uma tragédia mundial.<br style="box-sizing: border-box;" />Foto REUTERS/Parwiz</figcaption></figure></div><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Esse lento processo tem alguns marcos legais importantes. Em 1891 o trabalho das crianças é regulamentado, proibindo atividades profissionais para menores de 12 anos, exceto aprendizes. Em 12 de outubro de 1927 surgiu o primeiro Código de Menores no país. A data ainda hoje é lembrada como o “dia das crianças”.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Além de proibir o trabalho de crianças até doze anos, o texto impedia o trabalho noturno de menores de dezoito anos, e o trabalho em praças públicas (como engraxates, jornaleiros e outras profissões) para menores de 14. Como é comum com várias tentativas de avanços civilizatórios, a elite de então se opôs ao Código e um habeas corpus impediu que entrasse em vigor por dois anos, sob a alegação de que cabia aos pais a decisão sobre a idade para os filhos começarem no mercado de trabalho.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">O Código de Menores permaneceu o mesmo por mais de 50 anos, até 1979, quando foi “reformulado”, sem que nada muito significativo se alterasse. Apenas com a Constituição de 1988, abrem-se portas para um sistema mais integrado de proteção à infância e é nesse contexto de mudanças que é editada, dois anos depois, a Lei 8.069, que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">Os avanços advindos do ECA são inegáveis, nesse período de três décadas houve a redução em mais de 50% de mortes de crianças menores de cinco anos, e significativa redução de crianças subnutridas; a criação de Conselhos Tutelares, maior combate ao trabalho infantil e o estabelecimento de diversas políticas públicas voltadas para o cuidado e proteção. Para a procuradora de Justiça Michele Rocio Maia Zardo, “o ECA é um marco para a infância porque estabeleceu a criança e o adolescente como sujeitos de direitos e previu claramente as atribuições do Estado, da família e da sociedade como garantia para que esse segmento populacional alcance seus direitos plenamente”.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">A presidenta do Sindicato das/os Psicólogas, Fernanda Magano considera que “Neste momento histórico Nefasto do Pais Defender o ECA é se manter firme aos princípios constitucionais da prioridade absoluta e lutar contra os movimentos de redução da idades penal e contra a internação de crianças e adolescentes em comunidades terapêuticas”.</p><p class="has-medium-font-size" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 20px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">E-book aborda avanços e desafios do ECA</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">A celebração dos 31 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente é marcada por vários eventos, entre eles a publicação do e-book <em style="box-sizing: border-box;">ECA 31 Anos – Nem a Pandemia Nem o Ódio Podem Matar Nossos Sonhos</em>, organizado pelo professor Roberto da Silva, da Faculdade de Educação da USP. O e-book está disponível em livrarias digitais preço de R$ 15,00.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;">O livro reúne 20 artigos escritos por alunos do curso de Pedagogia, resultado das atividades propostas na disciplina Teoria e Prática do Estatuto da Criança e do Adolescente – a primeira disciplina de graduação sobre o ECA, criada em 2005.</p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-56726106430097032242021-05-14T10:00:00.000-07:002021-05-14T10:00:06.485-07:00Não aguento mais ficar em casa, estou ficando louco!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieJQVg8URoiXeuWsLlQwqZIvoqVRuBkKlgm9DGD85brpblhHra9HK6lWESm0ga5D2AHB5k-oxYF1oh6MbFmPoMLSob9rPZOw_xZf60k7SxvkcRamQfAnWHlxaWwImClcubkJw2IOxCDnw/s1080/card+18m.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="386" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieJQVg8URoiXeuWsLlQwqZIvoqVRuBkKlgm9DGD85brpblhHra9HK6lWESm0ga5D2AHB5k-oxYF1oh6MbFmPoMLSob9rPZOw_xZf60k7SxvkcRamQfAnWHlxaWwImClcubkJw2IOxCDnw/w386-h386/card+18m.jpg" width="386" /></a></div><br /><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><br /></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 16px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"> <span style="background-color: white; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 13px; font-weight: bolder;">Por Norian Segatto</span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="background-color: white; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 13px; font-weight: bolder;"><br /></span><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">“Gente, não aguento mais ficar em casa, estou ficando louco!”. Você provavelmente já ouviu ou leu essa frase de algum conhecido/a ou parente em relação às restrições impostas pelo isolamento social na pandemia. De fato, o afastamento do convívio social, a impossibilidade de locomoção, de usufruir dos espaços públicos, do contato com pessoas queridas, têm gerado em muitas pessoas sintomas depressivos; estudos apontam o aumento de casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático devido ao isolamento.<br /><br /></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Agora, pare e pense comigo! Se para nós, “saudáveis”, esse isolamento parcial já causa tanta pressão e angústias, imagine uma pessoa com problemas de saúde mental viver trancafiada o tempo todo, sem qualquer possibilidade de interação social? Alguém, em “sã consciência” pode afirmar que isso é benéfico para o paciente?<br /><br /></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Por isso, o lema da luta antimanicomial no Brasil é “loucura não se prende, saúde não se vende”, um slogan que remete à liberdade e ao dever do estado de cuidar de sua população.<br /><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;"><br /></span></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Um dia para comemorar, refletir e resistir<br /></span><br /></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">A data 18 de maio, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, é uma referência à promulgação da<a href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm" target="_blank"> <span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;"><span style="box-sizing: border-box;">lei 10.216</span></span>,</a> que instituiu a reforma psiquiátrica no país, dispondo sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e o modelo assistencial em saúde mental.<br /><br /></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Essa lei completa 20 anos neste dia 18 (terça-feira) e para comemorar e mobilizar a sociedade contra os retrocessos que alguns setores tentam impor, a <a href="https://www.facebook.com/frenteantimanicomial" target="_blank"><b>Frente Estadual Antimanicomial SP</b></a> (Feasp), organiza um dia de atividades com debates, apresentação de vídeos e reflexões sobre a importância do tratamento em liberdade.<br /><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;"><br /></span></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">Sob o tema SUS – o protagonista da esperança, as atividades terão a seguinte programação:<br /></span><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">14 horas</span> – Início: 10 anos da Frente Estadual da Luta Antimanicomial<br /><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">15 horas – </span>20 anos da Copa da Inclusão<br /><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">16 horas –</span> Apresentação de vídeos e depoimentos<br /><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">18 horas – </span>Roda de conversa: Lágrimas, suor e sangue: décadas de conquistas, alegrias e histórias da luta antimanicomial<br /><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;">19 horas – </span>Roda de conversa: SUS Protagonista da esperança.</span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br /></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-weight: 700;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Dica de leitura - Ovelhas na névoa</span></span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-lNyM8bm4mKv0Aqrz23S1-yNiB10ktyBIp3UGJPaLuHd2XuDL8iehBMI6xm2BCMbt9mfEcZ_R7j7L30cXD2Wu7sO0coWLIIK6OafOJ4tD3wHIRv37Oxnl-aHKXaEnIsUbB0au4weZgGg/s278/ovelhas+na+n%25C3%25A9voa.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><img border="0" data-original-height="278" data-original-width="181" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-lNyM8bm4mKv0Aqrz23S1-yNiB10ktyBIp3UGJPaLuHd2XuDL8iehBMI6xm2BCMbt9mfEcZ_R7j7L30cXD2Wu7sO0coWLIIK6OafOJ4tD3wHIRv37Oxnl-aHKXaEnIsUbB0au4weZgGg/s0/ovelhas+na+n%25C3%25A9voa.jpg" /></span></a></div></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Muitos livros já foram publicados sobre o tema da loucura. O meu romance <b><a href="https://www.editoralimiar.com.br/a-estrela-do-abismo" target="_blank">A estrela do abismo</a></b> trata de maneira ficcional da loucura, depressão e suicídio, mas nesse post quero indicar um que considero fundamental para compreensão das relações de poder entre "sanidade" e "loucura".</span></div><div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px; text-align: left;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;">Na metade dos anos 1990 tive o prazer de ajudar a editar o texto de Carla Cristina Garcia, Ovelhas na Névoa, um estudo contundente sobre loucura e feminismo. A partir de pesquisa em instituições psiquiátricas, Carla Cristina traça um painel da loucura <span style="color: #202124;">feminina e o papel que o poder entre as relações humanas exerce no desenvolvimento da enfermidade.</span></span></div><p class="has-medium-font-size" style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #323232; font-family: Roboto, sans-serif; font-size: 20px; margin-bottom: 1rem; margin-top: 0px;"><span style="box-sizing: border-box; font-weight: bolder;"></span></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-56012210071950170002021-05-13T08:36:00.006-07:002021-05-13T08:48:02.263-07:00ESCRAVIDÃO, A MORTE NÃO NATURAL DO HUMANO<p> </p><p class="MsoNormal"><br /></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNEa-psIV7XZpeNNPxbyuvjLOnEdRQI-tWMsyL631g9tRD_VPS1Gy3zR15lkhi3DxovVxC1uuZy05q6i7ad3tClZUl4vkR5yMSBRa51V_5DxDf8FarBmwfDL8-n5rjHC8WFVbu0LHMz1c/s1080/13+MAI.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="476" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNEa-psIV7XZpeNNPxbyuvjLOnEdRQI-tWMsyL631g9tRD_VPS1Gy3zR15lkhi3DxovVxC1uuZy05q6i7ad3tClZUl4vkR5yMSBRa51V_5DxDf8FarBmwfDL8-n5rjHC8WFVbu0LHMz1c/w476-h476/13+MAI.jpg" width="476" /></a></div><br /><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Por Norian Segatto</span></p><p class="MsoNormal"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">O Brasil foi o último país a abolir a escravidão e,
ainda assim, por meio de um acordo de elites como é comum nesses recantos
tropicais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Mesmo “abolida”, a escravidão persiste, estrutural
e endêmica em escala global. Não superamos ainda a época da submissão do corpo,
da ruptura do desejo liberto, do dispor indigesto do tempo, da degradação e mercantilização,
que tornam humanos objetos de uso, desprezo e descarte. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Por isso e mais, para </span><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%;">Hannah Arendt, “raça
é, politicamente falando, não o início da humanidade, mas o seu fim.... não o
nascimento natural do homem, mas a sua morte artificial” (Origens do totalitarismo
– Cia. das Letras).</span><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Mesmo sob todo o preconceito e hegemonia ideológica
branca, a força da cultura e literatura negra se impõem. Apenas em 1956
aconteceu o Primeiro Congresso de Escritores e Artistas Negros, realizado na
Sorbonne, em Paris, um evento organizado pela Revista Présence Africaine, onde
participaram importantes pensadores que ajudaram a definir conceitos como o de
literatura negra. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Se esse conceito se origina no século passado, desde
o anterior o Brasil via surgir expoentes nomes como Luiz Gama, escritor,
jornalista e abolicionista, </span><strong><span face=""Calibri",sans-serif" style="background: white; font-size: 12pt; font-weight: normal; line-height: 107%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Maria Firmina dos Reis</span></strong><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%;">,</span></b><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%;"> primeira romancista
negra da América Latina e seguramente a primeira autora mulher abolicionista da
língua portuguesa, <strong><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><a href="https://brasilescola.uol.com.br/literatura/cruz-sousa.htm"><span color="windowtext" style="text-decoration: none; text-underline: none;">Cruz e Sousa</span></a></span></strong><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">,</b> no <span class="MsoHyperlink"><span color="windowtext" style="text-decoration: none; text-underline: none;"><a href="https://brasilescola.uol.com.br/literatura/o-simbolismo-no-brasil.htm"><span color="windowtext" style="text-decoration: none; text-underline: none;">movimento
simbolista</span></a></span></span>, <strong><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><a href="https://brasilescola.uol.com.br/literatura/lima-barreto-1.htm"><span color="windowtext" style="text-decoration: none; text-underline: none;">Lima Barreto</span></a></span></strong> e
o maior escritor da literatura brasileira, <strong><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-weight: normal; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-weight: bold; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><a href="https://brasilescola.uol.com.br/biografia/machado-de-assis.htm"><span color="windowtext" style="text-decoration: none; text-underline: none;">Machado de
Assis</span></a></span></strong> – que muitos só descobriram se negro há
poucos anos devido à tendência das editoras de embranquecer o mestre das
letras. </span><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Vale lembrar também de Gustavo Lacerda, fundador da
Associação Brasileira de Imprensa, a centenária ABI. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;">Outros tantos e tantas marcaram com negras tintas
nossa pálida história. No dia em que se comemora a proclamação da Lei Áurea cabe
refletir sobre significados e simbolismos. Nossa construção é mais Zumbi e
Dandara do que </span><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124; mso-bidi-font-weight: bold;">Isabel</span><span face=""Arial",sans-serif" style="background: white; color: #202124;"><span style="-webkit-text-stroke-width: 0px; float: none; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"> Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela
Gonzaga de Bragança e Bourbon.</span>.</span><span style="background: white; font-size: 12pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Helvetica;"> <o:p></o:p></span></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-42676765139445834332021-04-19T08:02:00.006-07:002021-04-19T08:02:51.881-07:00Homenagem e respeito aos povos originários<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNDPss29b6nszo4eNvohACg4xriqgoCRX_n3__8ILN_Zjz05iVxNRl1yobKmL8a_8XguUTRv9Kh9M_EZttIQJA3fT5vNyjjNO9qAOzz-lc34KdHCaN3rzNWzzz2jiBj1WDSoHxVM6lzr4/s960/wavLiI-l3zI.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="637" data-original-width="960" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNDPss29b6nszo4eNvohACg4xriqgoCRX_n3__8ILN_Zjz05iVxNRl1yobKmL8a_8XguUTRv9Kh9M_EZttIQJA3fT5vNyjjNO9qAOzz-lc34KdHCaN3rzNWzzz2jiBj1WDSoHxVM6lzr4/w378-h239/wavLiI-l3zI.jpg" width="378" /></a></div><br /><p><br /></p><p>Na data em que se comemora o "Dia dos Povos Indígenas" há de fato
pouco para comemorar e muito o que refletir. <o:p></o:p></p><p>Há séculos as nações indígenas são perseguidas e exterminadas no país, com
raros momentos de respeito à sua terra, sua cultura, costumes e tradições. Sob
o governo Bolsonaro os ataques aumentaram de maneira avassaladora, com o
incentivo oficial para grilagem de terra, desmatamento incontrolável e
assassinatos de lideranças indígenas.<o:p></o:p></p><p>Com a pandemia esse desolador quadro se agravou ainda mais, com tribos sendo
dizimadas pelo Covid19 sem qualquer ação governamental.<o:p></o:p></p><p>
<!-- /wp:paragraph --><!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph --><!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph --><!-- wp:paragraph -->
<!-- /wp:paragraph --></p><p>Neste 19 de abril saudamos os povos originários de nosso país, guerreiros
que ainda resistem à ganância e ignorância.<o:p></o:p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-62839453306200649252021-03-22T12:42:00.003-07:002021-03-22T12:42:27.156-07:00AS PALAVRAS<div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-family: helvetica;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0g78LXWgJHU9wv9oipvYxAlstOC_MBG-KVRIg-Z_31XIAreb5lc3ySGwBFQzRbprbAx2q4Ltluw8Qwuc9NKRzwdbiEy-W431HsuwmaqNiZ3XKngshFSM-0j4L3efF-CQodL2sEU3hQM0/s1480/palavras.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1480" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0g78LXWgJHU9wv9oipvYxAlstOC_MBG-KVRIg-Z_31XIAreb5lc3ySGwBFQzRbprbAx2q4Ltluw8Qwuc9NKRzwdbiEy-W431HsuwmaqNiZ3XKngshFSM-0j4L3efF-CQodL2sEU3hQM0/w416-h304/palavras.jpg" width="416" /></a></div><br /> </span><span style="font-family: helvetica;"><br /></span><u><span style="font-family: helvetica;">©José Arrabal<br /></span></u><o:p><span style="font-family: helvetica;"> <br /></span></o:p><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;">Certo povo antigo
vivente em matas de ilha no mar junto ao Cabo da Boa Esperança, dito também
Cabo das Tormentas, entende que as palavras são uma dádiva e um perigo.</span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b style="text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b style="text-indent: 35.45pt;"><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;">Acredita que no limiar do tempo
todos os sons das terras, ares e águas eram sugados pelos poros dos chãos, dos
rios, mares e praias, pelas fendas das montanhas e vãos das planícies...</span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;"><span style="mso-spacerun: yes;"></span>...indo numa viagem ao centro do mundo,
onde esses sons se misturavam em rodamoinhos lançados de volta à vida,
transformados em vocábulos assim usados por quem atento fosse capaz de guardá-los
na memória, também os presenteando a amigos e inimigos...<br /></span></span><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;">...com o que, desde
então, se fez arte e se faz certa paz, mais, muita guerra...<br /></span></span><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;">...são isso, as
palavras!</span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="line-height: 150%;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><br /></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b style="text-indent: 35.45pt;"><span style="color: #333333; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b style="text-indent: 35.45pt;"><span style="color: #333333; font-size: 10.0pt;"><span style="font-family: helvetica;"><span><a name='more'></a></span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirMcVfUhDuDo62wqK1Vylodd4cAhg3lDuAdtjwVArM2OTFXOUQTjd6_FeNPuwjV-upzgareYmCwviEM_zPJUYFHlnjTmLEcld6w_OKn6pDcamJ3wZGjOOJ953JXi-wY6-SMcPZhina-BE/s1280/arrabal+rosto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="130" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirMcVfUhDuDo62wqK1Vylodd4cAhg3lDuAdtjwVArM2OTFXOUQTjd6_FeNPuwjV-upzgareYmCwviEM_zPJUYFHlnjTmLEcld6w_OKn6pDcamJ3wZGjOOJ953JXi-wY6-SMcPZhina-BE/w98-h130/arrabal+rosto.jpg" width="98" /></a></div><br />JOSÉ ARRABAL é professor, jornalista e
escritor, autor de artigos, contos, novelas e romances publicados em cerca de
50 obras de editoras no Brasil e no exterior. O microconto <i>As Palavras </i>é
narrativa do livro inédito <i>Feira Livre – Pequenas Histórias, de ©J</i>osé
Arrabal. (Registrado na Biblioteca Nacional 2020).//</span></span></b></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;"><span style="font-family: helvetica;"><b><span lang="EN-US">Blog:</span></b><span lang="EN-US"> </span><strong><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: ES-TRAD;"><a href="http://josearrabal.blogspot.com.br/" target="_blank"><span style="color: black; mso-style-textfill-fill-alpha: 100.0%; mso-style-textfill-fill-color: black;">http://josearrabal.blogspot.com.br/</span></a>
</span></strong><b><span lang="ES-TRAD">Email: </span></b><b><span lang="ES-TRAD" style="color: blue; mso-ansi-language: ES-TRAD;"><a href="mailto:josearrabal@uol.com.br"><span style="color: black; mso-style-textfill-fill-alpha: 100.0%; mso-style-textfill-fill-color: black;">josearrabal@uol.com.br</span></a><o:p></o:p></span></b></span></p></div><p style="text-align: left;">
<br /></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-89649720680806033662021-03-22T12:25:00.002-07:002021-03-22T12:25:46.058-07:00Minas Gerais e o mundo há uns 60 anos na visão de um moleque<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF9QuewvTjf8-eUeoKZ3PmNY4dU0KUMzvlYQSdwarIkZ-a136ophaUb1H6EkEU9maXhsfPWMMRVEwRVwImYR1bZocLK7hJZIv43H3LnKct3C5hO_oXRiCr6qJ6nOCnPRP_QZxHeMY4bjc/s275/moleque.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="275" data-original-width="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF9QuewvTjf8-eUeoKZ3PmNY4dU0KUMzvlYQSdwarIkZ-a136ophaUb1H6EkEU9maXhsfPWMMRVEwRVwImYR1bZocLK7hJZIv43H3LnKct3C5hO_oXRiCr6qJ6nOCnPRP_QZxHeMY4bjc/s0/moleque.png" /></a></div><br /><p style="text-align: left;"><br />Por Mouzar Benedito</p><p style="text-align: left;"><br /></p><div style="text-align: left;"> <span style="color: #2c2c2b; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit; white-space: pre-wrap;"><span style="font-family: helvetica;">“Chegou a tua vez, moleque!” se passa numa cidadezinha perdida nas montanhas do Sul de Minas no início dos anos 1960. A região toda estava em plena decadência econômica e a população do município diminuía. Donos de minifúndios, sem perspectiva ali, iam geralmente para o Paraná, o “Eldorado” para eles, achando que enriqueceriam. Jovens da cidade, optavam mais por São Paulo e outras cidades paulistas, como Campinas, para estudar e trabalhar.</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Moisés, um rapazote que trabalhava numa loja de turco (libanês), sentiu que chegava sua vez de se mandar quando completou 16 anos e foi tirar sua primeira fotografia 3 x 4 para fazer o alistamento militar, o que na época se fazia com essa idade. Dois irmãos mais velhos já tinham abandonado a cidade, à procura de um destino melhor. E ele passou a contar os dias até a chegar a data de sua partida. </span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Roubo de frangos para fazer ceias de madrugada, bebedeiras, serenatas, frequência a puteiros, farras, e muitas lembranças – como se os seus 16 anos fossem uma vida com muito passado – passaram a ser seu cotidiano carregado de aventuras, sonhos e temores. </span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Como alguém de um lugar em que a política se resumia a disputas entre PSD e UDN encararia um lugar cheio de comunistas, conforme se dizia da capital paulista nas emissoras de rádio e no jornal O Estado de S. Paulo, que era lido por algumas pessoas ali? </span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Greves! A Revolução Cubana influenciando gente... O Muro de Berlim. Um rapazola malformado teria futuro num lugar desses? Assim, a cabeça do futuro migrante ia tentando se organizar enquanto esperava sua vez de sair, como uma fatalidade. Mas com humor. Às vezes até um pouco de lirismo.</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">“Você devia publicar esse livro por uma editora grande, que tem espaço na mídia e nas livrarias”...</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Ouvi isso várias vezes, e ouvi de novo de pessoas que leram os originais deste livro. Para algumas expliquei: nessas editoras, nem olham os originais, eles vão direto pro lixo. O que vale para publicar nelas é um Q.I. altíssimo. Quem indicou. E nem pense em levar lá pessoalmente e tentar conversar com o editor. O cara se sente importante demais. É mais fácil conseguir uma audiência com o Papa ou o secretário geral da ONU do que com um grande editor brasileiro.</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Publiquei livros por boas editoras, pequenas, mas boas. “Chegou a tua vez, moleque!” publiquei como e-book, e coloquei na Amazon. Uns três meses depois me avisaram que tinha direitos autorais para receber. Pediram informações sobre a minha conta bancária, mandei, responderam que tal conta não existia. Mandei informações sobre a conta em outro banco, mesma coisa. Desisti e tirei o livro de lá.</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Em 2020 mandei os originais a alguns amigos, para ajudar a passar o tempo na prisão domiciliar desta era de Covid-19. Se as respostas deles, forem sinceras, “justifica” a publicação. </span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Mas “justifica” é uma palavra que não vale muito. O livro poderá morrer aos poucos no computador, como vários outros que vão envelhecendo enquanto o tempo passa. </span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Um dos motivos de autores como eu para lançar livros são os amigos que vão ao evento. É uma coisa muito mais social do que econômica. A gente se reencontra festivamente, mas isso não é possível nestes tempos pandêmicos. Então, talvez não valha nem uma ediçãozinha minúscula.</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Este ano, mandei os originais para o Marcos Wilson porque, como disse em postagem anterior aqui mesmo, na “Babel”, o livro parece ter sido combinado com um outro que ele escreveu e publicou, “Fogo, Cerrado!”. Ambientados em regiões diferentes de Minas Gerais, mas na mesma época, são duas visões que se complementam. E ele insistiu na publicação. Mas como?</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">Andei pensando em propor à Editora Limiar, uma pequena edição, poucos livros, sem lançamentos, sem livrarias, sem mídia... Edição para amigos, parte deles provavelmente com sensação de overdose, pois estão cheios de livros meus... E sem lançamento festivo, sei lá se vale...</span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="font-family: helvetica;">_____________________________</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGGRPpClEpUVs8dNSm0xMA99XUVyVRdZcv327E-rAlXEYqt5C4taMo_NLuxgFhubDZhx20VIG1DPxp4swm-7zdG00M4xVI8rAXUB-RRtk6XTg_sl6hrQshk5s_eX2m-V5grLIEZlb9Cw/s323/mouzar.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="253" data-original-width="323" height="86" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaGGRPpClEpUVs8dNSm0xMA99XUVyVRdZcv327E-rAlXEYqt5C4taMo_NLuxgFhubDZhx20VIG1DPxp4swm-7zdG00M4xVI8rAXUB-RRtk6XTg_sl6hrQshk5s_eX2m-V5grLIEZlb9Cw/w97-h86/mouzar.jpg" width="97" /></a></div></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="background-color: white; color: #2c2c2b; font-family: verdana, geneva, sans-serif; white-space: pre-wrap;"><br /></span></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="background-color: white; color: #2c2c2b; font-family: verdana, geneva, sans-serif; white-space: pre-wrap;">Mouzar Benedito é escritor, jornalista, geógrafo, autor de dezenas de livros, entre eles </span><a class="_2qJYG blog-link-hashtag-color _2xVcV _2E8wo" href="https://www.editoralimiar.com.br/palavra-de-caipira" rel="noopener" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #6f9971; cursor: pointer; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: var(--ricos-custom-link-line-height,unset); margin: 0px; min-height: var(--ricos-custom-link-min-height,unset); outline: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;" target="_blank"><u class="sDZYg" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; font-family: inherit; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Palavra de Caipira</u></a><span style="background-color: white; color: #2c2c2b; font-family: verdana, geneva, sans-serif; white-space: pre-wrap;">, editado pela Limiar. </span></span></div>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-20217425790314909612021-02-23T17:09:00.003-08:002021-02-23T17:09:39.274-08:00DOM FERNANDO FERNANDEZ<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN5eHdICKmWbi5O846XUsVnXvJ8fORNfb4GcDCJV5lYa2V4B8-6u5GuLjaFsEAHZm-GOYdaMspdyKPSCOwiWYpohpBgdj4QD0R9jOQLL2u2EKN-GqpFAK95J-9DKrbbSH7T0G3zXn1n8U/s619/%25D0%25B2%25D1%2588%25D1%2584%25D0%25B8%25D1%2589.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="401" data-original-width="619" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN5eHdICKmWbi5O846XUsVnXvJ8fORNfb4GcDCJV5lYa2V4B8-6u5GuLjaFsEAHZm-GOYdaMspdyKPSCOwiWYpohpBgdj4QD0R9jOQLL2u2EKN-GqpFAK95J-9DKrbbSH7T0G3zXn1n8U/w390-h265/%25D0%25B2%25D1%2588%25D1%2584%25D0%25B8%25D1%2589.jpg" width="390" /></a></div><br /><p></p><p><u style="text-align: center;"><span style="font-size: 16pt;">©José Arrabal</span></u></p><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Faz tempo este
acontecido... <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Viveu e envelheceu em Santo
Alfonso del Rey, entre Granada e Málaga, na sincera Andaluzia, justo no sul de
Espanha, Dom Fernando Fernandez, senhor de belas videiras, mais lavouras de
oliveiras, ovelhas gordas no pasto, ouro e prata bem guardados. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Foi mandante de servos
moradores em suas terras, vastas terras que alcançavam os arredores de Arenas,
outra aldeia não distante...<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">...mas, o melhor desse
homem, proprietário de riquezas, era o seu coração, sendo patrão correto e incapaz
de maldade, fato impossível hoje em dia.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Dizem que, além de bom,
graças à sua bondade, tinha estranhas qualidades admiradas por nobres e não
menos por plebeus. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Sabia falar com
surdos, bem escutar os mudos, mostrar o mundo aos cegos e caminhar com os
mancos, evidente, sem mancar. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Ouvia e entendia a
língua dos passarinhos. Tinha o respeito dos lobos e a amizade dos peixes que
dele se aproximavam plenos de contentamento seja em rios, seja em mar. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Era assim e não havia
quem ousasse duvidar o que muitos afirmavam - contam uns e contam outros - em
Santo Alfonso del Rey, onde também adiantam que Dom Fernando Fernandez, na
véspera de morrer, pediu ao cura da vila que, na justa extrema-unção,
recomendasse sua alma tanto a Deus quanto ao Diabo, com precisas referências,
mais sinceras verdades, evitando controvérsias seja no Céu ou no Inferno. O que
deveras se fez, por insistência outra vez em abençoada missa na presença do
morto.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Todos no vilarejo
ainda hoje concordam, sem outra oposição, que o feliz falecido - sua alma
imortal – vive no Paraíso, junto de Deus e dos Santos, na companhia dos Anjos,
certamente entristecendo o rejeitado Demônio distante de ter consigo Dom
Fernando Fernandez...<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">...teimam em Santo
Alfonso. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; tab-stops: 279.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">Quem
quiser que acredite.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">O que não é o meu caso...
<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">(Às vezes é bem mais
justo o que o narrador disfarça). <o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;"><b style="text-indent: 35.45pt;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 150%;">__________________</span></b></p><p></p><p></p><p class="MsoNormal"><b><span style="color: #333333; font-size: 10.0pt;"></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6D-7p2oXg7rhjpBzAisT3cQcEm6QVc6S8m5YOMVM4JnHslNm2KwCe8xn8ikon3leuj5lvLBAByniekcPZxNkspSZSI_OTgbL_0s_xTZ6qi3L0lrJHDjMNA4pGRl02xg8zRvOwpJU2viQ/s1280/arrabal+rosto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="126" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6D-7p2oXg7rhjpBzAisT3cQcEm6QVc6S8m5YOMVM4JnHslNm2KwCe8xn8ikon3leuj5lvLBAByniekcPZxNkspSZSI_OTgbL_0s_xTZ6qi3L0lrJHDjMNA4pGRl02xg8zRvOwpJU2viQ/w88-h126/arrabal+rosto.jpg" width="88" /></a></b></div><p></p><p></p><p></p><p class="MsoNormal"><b><span style="color: #333333; font-size: 10.0pt;"><br />JOSÉ ARRABAL
é professor, jornalista e escritor, autor de artigos, contos, novelas e
romances publicados em cerca de 50 obras de editoras no Brasil e no exterior. O
microconto <i>Dom Fernando Fernandez </i>é narrativa do livro inédito <i>Feira
Livre – Pequenas Histórias, de ©J</i>osé Arrabal. (Registrado na Biblioteca
Nacional 2020).// <o:p></o:p></span></b></p><p></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.45pt;">
<b><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Blog:</span></b><span lang="EN-US" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: EN-US; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span><strong><span lang="ES-TRAD" style="font-size: 9.0pt; mso-ansi-language: ES-TRAD; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><a href="http://josearrabal.blogspot.com.br/" target="_blank"><span style="color: black; mso-style-textfill-fill-alpha: 100.0%; mso-style-textfill-fill-color: black;">http://josearrabal.blogspot.com.br/</span></a>
</span></strong><b><span lang="ES-TRAD" style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 12pt;">Email: </span><span lang="ES-TRAD" style="color: blue; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: ES-TRAD; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">josearrabal@uol.com.br</span></b></p><p><br /></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-53387661468175329622021-02-12T09:26:00.003-08:002021-02-12T09:26:48.068-08:00Minas Gerais, há uns 60 anos – dois livros que se completam<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim_Xee1kHmyIGVgszxpwkm6lThz1Kvidp7IYilQ3vbjeawGCBc85FHnnDZp8F5uoO7DjFpxAyLye3SQuirYfJU0rY5AgZdnd_6Z5MhIICfZWp85z78RMYGCY7SC6UazuUMlvVb0zmcCjM/s2048/20210128_112340.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1152" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEim_Xee1kHmyIGVgszxpwkm6lThz1Kvidp7IYilQ3vbjeawGCBc85FHnnDZp8F5uoO7DjFpxAyLye3SQuirYfJU0rY5AgZdnd_6Z5MhIICfZWp85z78RMYGCY7SC6UazuUMlvVb0zmcCjM/s320/20210128_112340.jpg" /></a></div><br /><p> <span style="color: #2c2c2b; font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit; white-space: pre-wrap;">"Fogo, Cerrado!”</span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-9419n" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Era tempo de construção de Brasília, no governo JK... E também de estradas que levavam para lá. Entre elas, uma da então capital, Rio de Janeiro, para a nova, Brasília, que ainda não tinha sido inaugurada. </span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-70v0k" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">E essa estrada cortava o Cerrado mineiro, num trecho a dominado por fazendeiros-coronéis, que não tinham ainda assimilado bem o fim da escravidão. Mandavam e desmandavam. Cometiam crimes diversos, seus jagunços matavam com sadismo os desafetos do patrão, que sentiam-se donos dos empregados e, especialmente das empregadas e suas filhas transformadas em objetos de prazer. </span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-15ujv" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Muita violência! </span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-pm22" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Que transformações ocorreriam com a passagem dos engenheiros e operários que construíram a rodovia? Como isso interferiria no sistema semifeudal, de autoridade praticamente absoluta dos senhores da terra, com a cumplicidade da polícia, da justiça, da Igreja? </span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-3j1a4" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">E se trabalhadores que trabalhavam na estrada resolvessem parar por lá? E se, além de se apossar de um pedaço de terra para morar e – pior! – conhecessem direitos trabalhistas e tivessem até um líder “comunista”? </span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-7e2em" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Seria possível mandar esse pessoal de volta para o Nordeste, de onde vieram quase todos os trabalhadores? O clima era pesado. </span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-8ldkn" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Marcos Wilson Spyer Rezende viu tudo isso. Nascido em Patos de Minas, era adolescente na época. Começou a escrever “Fogo, Cerrado!” em 1962 e só concluiu no ano passado. Com frases curtíssimas, “carregadas de raiva e de erotismo”, em que “o Cerrado é o personagem principal dos conflitos entre fazendeiros, jagunços, retirantes, roceiros, trabalhadores na construção, meeiros, carvoeiros e padres”, está escrito na orelha.</span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-1fofp" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Com belas ilustrações de Bruno Liberati (artista dos melhores, recém-falecido), ele tem um linguajar que lembra Guimarães Rosa. Afinal, são da mesma região. No início, parece que a leitura será demorada, um pouco difícil até, pois não é fácil incorporar na cabeça, logo de cara, aquela forma de falar e o palavreado que parecem ser de outro idioma. Requer atenção. Mas depois a gente pega o embalo, entra no clima, e as 360 páginas deixam de ser um desafio, passam a ser engolidas com celeridade. </span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-37m87" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Lendo este livro, fui me lembrando de um que tenho “na gaveta”. “Chegou a tua vez, moleque!” se passa na mesma época, mas em outra parte de Minas Gerais, ao sul de outra obra de JK, a represa de Furnas. Região economicamente em decadência, sem alternativas de trabalho e estudos, era área de expulsão de moradores, que se viam quase forçados a migrar. Não atraía migrantes. Seus moradores é que se tornavam migrantes.</span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-fodub" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Não resisti... Mandei os originais para Marcos Wilson, ele leu e se espantou: “Os dois livros se complementam”. Mostram duas realidades de uma mesma época, sob as mesmas influências, os mesmos acontecimentos nacionais e mundiais chegando de modo meio confuso à população, só que com as devidas diferenças culturais e complexidades regionais das muitas das que caracterizam Minas Gerais. Minas são muitas, mas tem uma unidade, um DNA muito particular. Coisa complexa. Mineiros sabem disso.</span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-sjqr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Mas sobre o meu livro (que vocês não vão encontrar em lugar nenhum) eu conto na próxima postagem, porque o texto ficaria muito comprido...</span></p><p class="XzvDs _208Ie ljrnk blog-post-text-font blog-post-text-color _2QAo- _25MYV _1Fao9 ljrnk public-DraftStyleDefault-block-depth0 public-DraftStyleDefault-text-ltr" id="viewer-9pnam" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: rgb(255, 255, 255); border: 0px; box-sizing: inherit; color: #2c2c2b; direction: ltr !important; font-family: verdana, geneva, sans-serif; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: 1.5; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline; white-space: pre-wrap;"><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">“Fogo, Cerrado!” foi publicado (mas muito mal divulgado) pela Geração Editorial.</span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">__________________</span><span class="vkIF2 public-DraftStyleDefault-ltr" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; direction: ltr; display: block; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFZEtUURdF_tHrORxUrf9PMSnBbFpynnvEl2TSap5IRTsv1Ew_zzRZlyLopiRlq7dpz8bkV4vBBZ9iWsRZdc9BNO5TF_pjhdNAXJL5ZD4vrQUdFEslJVBfPnb1mQ7OKMBYqkRcEHsfk4g/s786/mouzar+site.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="786" data-original-width="544" height="140" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFZEtUURdF_tHrORxUrf9PMSnBbFpynnvEl2TSap5IRTsv1Ew_zzRZlyLopiRlq7dpz8bkV4vBBZ9iWsRZdc9BNO5TF_pjhdNAXJL5ZD4vrQUdFEslJVBfPnb1mQ7OKMBYqkRcEHsfk4g/w98-h140/mouzar+site.jpg" width="98" /></a></div><br />Mouzar Benedito é escritor, jornalista, geógrafo, autor de dezenas de livros, entre eles <a class="_2qJYG blog-link-hashtag-color _2xVcV" href="https://www.editoralimiar.com.br/palavra-de-caipira" rel="noopener" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; border: 0px; box-sizing: inherit; color: #6f9971; cursor: pointer; font-stretch: inherit; font-variant-east-asian: inherit; font-variant-numeric: inherit; line-height: var(--ricos-custom-link-line-height,unset); margin: 0px; min-height: var(--ricos-custom-link-min-height,unset); outline: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;" target="_blank"><u class="sDZYg" style="-webkit-tap-highlight-color: rgba(0, 0, 0, 0); background: transparent; border: 0px; box-sizing: inherit; font: inherit; margin: 0px; outline: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Palavra de Caipira</u></a>, editado pela Limiar. <p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-62277959920408218002021-01-29T07:43:00.000-08:002021-01-29T07:43:08.404-08:00VÔ NICOLAU<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggb7hyphenhyphenI9ahWXJDK3K1xJpZBZCHmT-CoXBx9TKoRW2Ng4bgfaBTl47DIBdVJ9baDlqxZ4bjNc-y-wfQwQQPI_vmsJRQIBVlWUkLdyqOeYx1xOabj7pEjn6HFRWF9MhrRIfeOBXZkMVBUS0/s656/temporal.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="369" data-original-width="656" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggb7hyphenhyphenI9ahWXJDK3K1xJpZBZCHmT-CoXBx9TKoRW2Ng4bgfaBTl47DIBdVJ9baDlqxZ4bjNc-y-wfQwQQPI_vmsJRQIBVlWUkLdyqOeYx1xOabj7pEjn6HFRWF9MhrRIfeOBXZkMVBUS0/w474-h267/temporal.jpg" width="474" /></a></div><br /><p style="text-align: center;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;"><b>©José Arrabal</b><o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">- Esse vento bravo de agora vem
de longe. É um vento danado de forte que empurra para cá as nuvens mais pesadas
desde a serra do Guilhermino. Repara lá. Vem e traz com ele um temporal danado
que há de chegar aqui num instante. Melhor fechar de vez essa janela - falou vô
Nicolau junto de mim na sala de casa, prenunciando a tempestade que pouco
depois inundou a cidade naquela tarde de sábado.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Trancamos a janela, enquanto o
vô resmungava:<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">- Isso não é nada! Pior é o
vendaval do tempo que depressa nos leva ao fim da vida, coisa que sempre
fingimos ignorar. Daí é que é ruim... e em mim já está para chegar. Nunca
esperei, mas já está para chegar – reclamou, sussurrando. – Se a gente soubesse
disso desde cedo, talvez fosse mais fácil...<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">- Fácil o quê, vô? – quis saber,
sem bem entender o que ele falava a meia voz.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Vimos a chuva cair por horas e
a inundação ocupar as ruas de São Gabriel das Rochas, no Triângulo Mineiro,
onde nasci e ainda morávamos lá naquela ocasião.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Vô Nicolau permaneceu um tanto
mais calado durante todo o temporal. Se disse algo, não disse muito, enquanto
papai e mamãe se mexiam no mutirão de voluntários formado para ajudar os que
tiveram suas casas invadidas pelas águas.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Foi uma enchente e tanto. Pior
do que todas as anteriores já acontecidas na cidade.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">- ...uma tromba d’água que
começou nas alturas da fazenda Rochedo, de Seu Guilhermino Gomes – num rabo de
conversa mais tarde, ouvi alguém explicar a papai na varanda de entrada em
nosso sobrado. – Do cafezal, dizem que restou pouco. Foi tanta faísca no pasto
que matou boa parte do gado. Tempo bravo. Um prejuizão. Tão falando...<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Nessa hora, Vô Nicolau se
adiantou:<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">- Isso é pouco, se comparado ao
que sempre faz o tempo.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">- Pouco, nada...<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">- Pouco, sim... Dá pena, mas
não tem jeito... o tempo é uma perdição. Acaba com tudo – completou o vô, se
afastando da conversa.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Ouvi sem bem entender o que ele
queria dizer.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Parecia que falava de alguma
coisa que só ele sabia o que era, coisa que os demais ignoravam ou fingiam não
saber...<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">...o que só entendi dois dias
depois, quando pela manhã Vô Nicolau enfim não mais despertou, nunca mais,
naquele março de chuva sem cessar em minhas lembranças de infância.<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">Faz tempo...<o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black;"><span style="font-family: helvetica;">...nessa brevidade da vida.</span><span style="font-size: 13.5pt;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-size: 13.5pt;">___________________________</span></p><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirMcVfUhDuDo62wqK1Vylodd4cAhg3lDuAdtjwVArM2OTFXOUQTjd6_FeNPuwjV-upzgareYmCwviEM_zPJUYFHlnjTmLEcld6w_OKn6pDcamJ3wZGjOOJ953JXi-wY6-SMcPZhina-BE/s1280/arrabal+rosto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="136" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirMcVfUhDuDo62wqK1Vylodd4cAhg3lDuAdtjwVArM2OTFXOUQTjd6_FeNPuwjV-upzgareYmCwviEM_zPJUYFHlnjTmLEcld6w_OKn6pDcamJ3wZGjOOJ953JXi-wY6-SMcPZhina-BE/w102-h136/arrabal+rosto.jpg" width="102" /></a></div><br />JOSÉ ARRABAL é professor, jornalista e escritor, autor de artigos, contos, novelas e romances publicados em cerca de 50 obras de editoras no Brasil e no exterior. O microconto <i>Vô Nicolau</i> é narrativa do livro inédito Feira Livre – Pequenas Histórias, de ©José Arrabal. (Registrado na Biblioteca Nacional 2020) Blog: http://josearrabal.blogspot.com.br/<p></p><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: start; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br /></p><br /><p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-41431070645690415692021-01-29T07:28:00.003-08:002021-01-29T07:28:23.535-08:00ELLA<p> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW08VY95wemh3WPAr6E0Nb-iUZ6Juc8b42iJ7L47miX-sPS7Cz7Y3JdFmfvrbrbCB-DLAOzZc3mTvPpAPEVkML9aAtMJjNg5umZlUFycJP3y5XV4fLboN4V6-h3y_sZf7yOsJIcYcrj60/s687/jane-austen.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="687" data-original-width="550" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhW08VY95wemh3WPAr6E0Nb-iUZ6Juc8b42iJ7L47miX-sPS7Cz7Y3JdFmfvrbrbCB-DLAOzZc3mTvPpAPEVkML9aAtMJjNg5umZlUFycJP3y5XV4fLboN4V6-h3y_sZf7yOsJIcYcrj60/s320/jane-austen.png" /></a></p><p><br /></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica; text-align: justify;"><b><span style="color: #ff00fe;">Texto em homenagem à escritora inglesa Jane Austen, que nasceu em 16 de dezembro de 1775. Austen é autora de romances clássicos da literatura mundial como <i>Razão e Sentimento</i>, <i>Orgulho e Preconceito</i>, <i>Persuasão</i> e <i>Emma</i>. Austen faleceu em 18 de julho de 1817, aos 41 anos.</span></b></span></p><table border="0" cellpadding="4" cellspacing="0" style="color: black; font-family: Tahoma, Verdana, Arial; font-size: 11px; text-align: left; width: 100%px;"><tbody><tr><td colspan="2"><span style="font-family: helvetica;"><br /><span style="font-size: x-small;"><b>Por Shellah Avellar</b></span><br /><br /><span style="font-size: small;">Ella era a única mulher ali naquela bizarra e nada gentil reunião.</span><br /><span style="font-size: small;">Todos se levantaram e a deixaram só.</span><br /><span style="font-size: small;">Suspirou aliviada. Era o início de uma vitória.</span><br /><span style="font-size: small;">Há alguns bons anos tentara introduzir seu ponto de vista naquela comunidade.</span><br /><span style="font-size: small;">Mas aqueles aldeões carregavam estereótipos e preconceitos alimentados através de séculos de patriarcado, em relação a qualquer figura feminina.</span><br /><span style="font-size: small;">As expressões endurecidas. As cicatrizes do vento que sulcavam as faces dos lavradores eram iluminadas pela lua, que, intrusa, teimava em acender aqueles olhos desesperançados.</span><br /><span style="font-size: small;">O cheiro da terra molhada impregnava o casebre. A fogueira, lá fora, ardia seus carvões estertorosos após a chuva.</span><br /><span style="font-size: small;">Seu apelo por liberdade fora ouvido. Isto é o que importava.</span><br /><span style="font-size: small;">Seus olhos disparavam, errantes, maravilhados. Ella viera para ser feliz, e assim já se</span><br /><span style="font-size: small;">sentia.</span><br /><span style="font-size: small;">A magia de poder se exercer como mulher integral em pleno século XVIII.</span><br /><span style="font-size: small;">Soltar seus cabelos. Esvoaçar suas saias. Correr célere pelos campos, sem horário para voltar.</span><br /><span style="font-size: small;">Ninguém a esperava. Nenhum marido retrógrado. Nem pai. Nem irmão.</span><br /><span style="font-size: small;">Mas a certeza de que era dona de seu destino. De poder ir e vir, quando lhe aprouvesse. Conquistar o direito de ler seus livros em paz e exercer o ofício de escrever.</span><br /><span style="font-size: small;">Convenceu-os de que, apesar de não chegar a ter sucesso deste jeito, falharia em qualquer outro.</span><br /><span style="font-size: small;">Era a arte se impondo aos brutos da aldeia.</span><br /><span style="font-size: small;">Todos pararam para ouvir seu manifesto de dor, em que versava:</span><br /><span style="font-size: small;">"O trabalho árduo me oprime.</span><br /><span style="font-size: small;">Mas liberta em mim a poesia.</span><br /><span style="font-size: small;">Que insiste em brotar</span><br /><span style="font-size: small;">De minhas mãos calosas,</span><br /><span style="font-size: small;">E de meu coração de esterco.</span><br /><span style="font-size: small;">Grito.</span><br /><span style="font-size: small;">Semeio flores</span><br /><span style="font-size: small;">Na aridez do mundo dos homens.".</span><br /><br />_________________________________<br /><br /></span><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: small;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1twyCUiJIndZuoImFqa6w-FnRwcX7tYwbsaKCYVDDnpQWNHQoAOfQgb1LIHml0WN91FM4Z_K_j4wzLjsgjpiL6JmtQSXrscvJg7be1HmNRt97IlkDqlLl6lOqzJwwZiGSHc2gOEUDQV8/s250/shella.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="250" data-original-width="250" height="112" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1twyCUiJIndZuoImFqa6w-FnRwcX7tYwbsaKCYVDDnpQWNHQoAOfQgb1LIHml0WN91FM4Z_K_j4wzLjsgjpiL6JmtQSXrscvJg7be1HmNRt97IlkDqlLl6lOqzJwwZiGSHc2gOEUDQV8/w112-h112/shella.jpg" width="112" /></a></div></span></span><span style="font-family: helvetica;"><span style="font-size: small;"><br />Shellah Avellar é arquiteta e profissional de comunicação. Este conto foi publicado originalmente no VOL 3 Da ANTOLOGIA PALAVRAS ABRAÇADAS, da Editora Scortecci, lançada na 24a Bienal do Livro de SP, 2016.</span><br /><span style="font-size: small;"><br /><br /><br /><div style="text-align: left;">SITE: http://www.menalton.com.br </div><div style="text-align: left;">FACEBOOK/ PERFIL: http://www.facebook.com/Menalton.Braff </div><div style="text-align: left;">FACEBOOK/ PÁGINA: http://www.facebook.com/Menalton.Braff.Escritor </div><div style="text-align: left;">TWITTER: http://twitter.com/Menalton_Braff</div></span></span></td></tr></tbody></table><div class="voltar" style="font-family: Tahoma, Verdana, Arial; font-size: 14px; margin: 10px 0px; text-align: justify;"><br /></div>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-3684675716433012462021-01-22T09:17:00.000-08:002021-01-22T09:17:01.372-08:00O OLHO DE DEUS <p> </p><div class="separator" style="clear: both;"><span style="font-family: arial;"></span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnCHFZgbcaHgukwhshVFgkQh9YeLcZoaMthkbA0sFj3T3gIE4cX28O-cgV-bQsAlTPYXvd0jx3DjfMS7oVknOwO7tHNNu-5VWhADaSSYmi6jEOyXnmD_HQIjPo210lQZTKACTLzbS67yA/s1920/ilustra+olho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnCHFZgbcaHgukwhshVFgkQh9YeLcZoaMthkbA0sFj3T3gIE4cX28O-cgV-bQsAlTPYXvd0jx3DjfMS7oVknOwO7tHNNu-5VWhADaSSYmi6jEOyXnmD_HQIjPo210lQZTKACTLzbS67yA/w416-h234/ilustra+olho.jpg" width="416" /></a></div><p><span style="font-family: arial;"><br /><b><br /></b></span></p><p></p><p style="text-align: center;"><span style="font-family: arial;"><span style="font-size: x-small;"><b>©José Arrabal</b></span><o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Antes, no limiar do tempo, os homens e as mulheres de todas as idades na Terra traziam na face um só olho.<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Eram governados por severo Deus com dois olhos, criador dos seres humanos, presente no Planalto Celestial, divindade vigilante que impunha a todos rigorosos mandamentos, odiava o pecado e punia os pecadores com atormentados pesadelos durante sono sem paz nas horas de dormir. Paz ausente também desde o amanhecer, com o povo ciente do retorno de seus noturnos pesadelos, incapaz de viver sem pecar.<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Eis que um dia os homens e as mulheres de todas as idades, com apenas um olho na face, resolveram se revoltar contra quem os governava. Juntos decidiram pecar com a mais intensa constância e propósito permanente, num desafio ao Senhor de dois olhos do Planalto Celestial.<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Diante dessa rebeldia da humanidade, o Deus, irado, incapaz de suportar o que mais via, sabedor da insuficiência exemplar de sua punição, os pesadelos semeados no sono das criaturas, decidiu arrancar da própria face seus dois olhos então lançados violentamente sobre os homens e as mulheres de todas as idades na Terra.<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Um dos olhos desse Deus caiu com força sobre um rochedo, explodiu em mil e um fragmentos de fogo, alcançou as faces dos seres humanos e, mesmo a contragosto divino, nelas plantou um segundo olho, concedendo aos homens e mulheres de todas as idades dupla capacidade de olhar.<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Já o segundo olho do Deus jamais foi encontrado por quem fosse, ainda que as criaturas tivessem agora dois olhos, o que semeou estranho temor nos sentimentos de grande parte do povo crente de que esse olho perdido mantinha-se atento em algum lugar da Terra, disposto a punir com mais aguda severidade a existência das criaturas de Deus.<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Alguns poucos, descrentes disto, mais sossegados de tais possíveis temores diante do olho perdido da divindade, talvez também não menos inseguros na vida por viver, entendiam que o severo Deus apenas vagava desesperado no Planalto Celestial...<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">...e que num gesto de livre arbítrio derrotado cobrira com as mãos os seus ouvidos, estando desde então cego e surdo, distanciado da história humana.<o:p></o:p></span></p><p><span style="font-family: arial;">Inquietante controvérsia presente em mim ao despertar deste sonho, duvidoso pesadelo.</span></p><p><span style="font-family: arial;">_____________________________</span></p><p></p><p><span style="color: black; font-size: 13.5pt;"></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirMcVfUhDuDo62wqK1Vylodd4cAhg3lDuAdtjwVArM2OTFXOUQTjd6_FeNPuwjV-upzgareYmCwviEM_zPJUYFHlnjTmLEcld6w_OKn6pDcamJ3wZGjOOJ953JXi-wY6-SMcPZhina-BE/s1280/arrabal+rosto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="135" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirMcVfUhDuDo62wqK1Vylodd4cAhg3lDuAdtjwVArM2OTFXOUQTjd6_FeNPuwjV-upzgareYmCwviEM_zPJUYFHlnjTmLEcld6w_OKn6pDcamJ3wZGjOOJ953JXi-wY6-SMcPZhina-BE/w101-h135/arrabal+rosto.jpg" width="101" /></a></div>JOSÉ ARRABAL é professor,
jornalista e escritor, autor de artigos, contos, novelas e romances publicados
em cerca de 50 obras de editoras no Brasil e no exterior. O microconto O Olho
de Deus é narrativa do livro inédito Feira Livre – Pequenas Histórias, de ©José
Arrabal. (Registrado na Biblioteca Nacional 2020) Blog:
http://josearrabal.blogspot.com.br/<o:p></o:p><p></p><span style="font-family: arial;"></span><p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-58999967643762817972021-01-22T06:13:00.001-08:002021-01-22T06:13:11.081-08:00Fenaj lança Relatório da Violência 2020<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtn3Pqop9DzDwVUcxFGrHsQn94yEL_mk_K1T6ZJaHAnN607c3QW6vQq2DtmPnibMlLda6W6aMJ-uv8mi-iCeyHaTmYkRdc7KjmL3iruCzrebqkIl9S4_CPc7cYW5WqfocgYMgSBxSudic/s265/fenaj.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="190" data-original-width="265" height="270" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtn3Pqop9DzDwVUcxFGrHsQn94yEL_mk_K1T6ZJaHAnN607c3QW6vQq2DtmPnibMlLda6W6aMJ-uv8mi-iCeyHaTmYkRdc7KjmL3iruCzrebqkIl9S4_CPc7cYW5WqfocgYMgSBxSudic/w376-h270/fenaj.jpg" width="376" /></a></div><br /><p><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px;">No dia 26.jan.2021 (terça-feira), às 10 horas, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) lança a edição 2020 do <b>Relatório Anual da Violência Contra Jornalistas</b>. Pela primeira vez, a entidade apresentará os dados em plataforma virtual, com transmissão ao vivo pelo Facebook, e realizará coletiva de imprensa via plataforma StreamYard.</span></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">A atividade está incluída na programação da edição 2021 do Fórum Social Mundial e será conduzida pela presidenta da FENAJ, Maria José Braga.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Durante todo o ano, a Federação e seus sindicatos acompanham casos de agressões contra jornalistas no exercício da profissão. Desde 2019, a maioria desses ataques partem do presidente da República e/ou do chamado "gabinete do ódio" núcleo palaciano que articula uma rede de ataques contra a imprensa e jornalistas. </p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;"><b>Para participar</b></p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Profissionais jornalistas podem solicitar inscrição para participar da apresentação dos dados do relatório e da coletiva de imprensa, que será realizada em plataforma virtual e transmitida pelo facebook da FENAJ, dos Sindicatos de Jornalistas de todo o país e também do Fórum Social Mundial 2021.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Envie sua solicitação pelo e-mail <a href="mailto:fenaj@fenaj.org.br" style="background-color: transparent; box-sizing: border-box; color: #4db2ec; text-decoration-line: none;">fenaj@fenaj.org.br</a>, coloque no assunto “Lançamento Relatório da Violência”, e escreva seu nome, veículo de imprensa e contato de whatsapp, que será utilizado para envio do link de acesso à sala virtual.</p><p style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #222222; font-family: Verdana, Geneva, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 26px; margin-bottom: 26px; margin-top: 0px; overflow-wrap: break-word;">Para acompanhar a transmissão ao vivo, acesse facebook.com/fenajoficial.</p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-83878021480970453812021-01-21T13:29:00.004-08:002021-01-22T05:32:54.390-08:00José Arrabal estreia coluna no blog<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpr8WPOrxZKX_MHuJxlSJBluFW4MLKr57HEHYB3NfIVV89ewsIUbb9QE_FiROPNY0sTglBuLJaNWidZ8Tc2W9WbfTnjkQLuz0oBGgIfy7XFMxkSR0g0dlozJjNDECC7i-MmilVAdQZfvg/s1313/arrabal+debate.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1007" data-original-width="1313" height="324" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpr8WPOrxZKX_MHuJxlSJBluFW4MLKr57HEHYB3NfIVV89ewsIUbb9QE_FiROPNY0sTglBuLJaNWidZ8Tc2W9WbfTnjkQLuz0oBGgIfy7XFMxkSR0g0dlozJjNDECC7i-MmilVAdQZfvg/w423-h324/arrabal+debate.jpg" width="423" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p>O escritor, jornalista e professor José Arrabal nos dá a honra de passar a colaborar com o blog da Limiar, publicando periodicamente contos, microcontos, crônicas, ensaios, opiniões.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5nScagpv8qI5zhHfwwKaN3XfTmq0EqnBppx7xWhejJZzqHF68YgxlphAVndtW_k1wgvV4B0mrRSQGFnSralnVE3I_RnuOi1Gn6ojcNLpCYXVctHnpV8X46SUxuz4p1qjkPKJCb8jZ_kc/s2048/capa+mockup.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1230" height="199" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5nScagpv8qI5zhHfwwKaN3XfTmq0EqnBppx7xWhejJZzqHF68YgxlphAVndtW_k1wgvV4B0mrRSQGFnSralnVE3I_RnuOi1Gn6ojcNLpCYXVctHnpV8X46SUxuz4p1qjkPKJCb8jZ_kc/w120-h199/capa+mockup.jpg" width="120" /></a></div><p>Arrabal tem mais de 50 livros publicados no Brasil e no exterior. Ao longo dos anos se tornou um dos mais importantes autores de literatura infantojuvenil do país. Uma de suas mais contundentes obras, <a href="https://www.editoralimiar.com.br/product-page/o-terr%C3%ADvel-gosmakente">O Terrível Gosmakente</a> (Ed.Paulinas) encontra-se à venda no site da Limiar. </p><p>O microconto de estreia de sua coluna <b><i>Lição de História </i></b>faz parte do ainda inédito livro Feira Livre – Pequenas Histórias. </p><p>Acompanhe outros escritos de Arrabal pelo seu blog <a href="http://josearrabal.blogspot.com.br/">http://josearrabal.blogspot.com.br/</a></p><p>Boa leitura.</p><p> </p><p style="text-align: center;"><b>LIÇÃO DE HISTÓRIA</b></p><p style="text-align: center;">©José Arrabal</p><p style="text-align: center;">Todas as tardes, o jovem príncipe latia agitado </p><p style="text-align: center;">quando o velho rei retornava ao castelo </p><p style="text-align: center;">após caçada em seu bosque. </p><p style="text-align: center;">Era um alvoroço. </p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;">Os cães da caça, reencontrados com o príncipe, </p><p style="text-align: center;">politicavam intrigas a propósito do mando no reino. </p><p style="text-align: center;">Esperançosos, ladravam: </p><p style="text-align: center;">- Queremos um rei novo! Queremos um rei novo! </p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;">O príncipe exultava. </p><p style="text-align: center;">Já o velho rei, gastas as suas lembranças </p><p style="text-align: center;">da língua dos cães, </p><p style="text-align: center;">embalado com os aplausos de seus nobres súditos, </p><p style="text-align: center;">exibia os frutos da caçada para a comilança. </p><p style="text-align: center;">Era sempre uma cachorrada. </p><p style="text-align: center;"><br /></p><p style="text-align: center;">Fora do castelo o povo pobre ouvia os cães. </p><p style="text-align: center;">Não entendia os latidos. </p><p style="text-align: center;">Sentia mais as mordidas... </p><p style="text-align: center;">...quem sabe atento ao sussurro </p><p style="text-align: center;">insistente dos grilos.</p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-60593460158187884142021-01-19T11:56:00.001-08:002021-01-19T14:23:56.629-08:00Redação do Enem aborda estigma sobre doenças mentais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOT2z8fNFBBgBE4ePiqyVaGOO48FyBZ_DhABUSBSDu13cEVquKp9YTbqiHvV52gKw5Ood-9EgxEYpIBBKr16b7lR8nV_fU3RtzSg4I-7v8X1wHaLQv84cD4m4TXqIHnJD_vn2dMli-Eoc/s1400/antimanicomial.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="929" data-original-width="1400" height="296" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOT2z8fNFBBgBE4ePiqyVaGOO48FyBZ_DhABUSBSDu13cEVquKp9YTbqiHvV52gKw5Ood-9EgxEYpIBBKr16b7lR8nV_fU3RtzSg4I-7v8X1wHaLQv84cD4m4TXqIHnJD_vn2dMli-Eoc/w446-h296/antimanicomial.jpg" width="446" /></a></div><br /><p><span style="font-family: helvetica;">Após muita polêmica sobre a necessidade de adiamento do
Exame Nacional do Ensino Médio, por causa da pandemia de Covid-19, a primeira etapa do Enem
acabou se realizando no domingo, 17.jan.2021, com mais de 51% de abstenção.</span></p><p>
</p><p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;"></span></p><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7GaLeLbh22Ds4VbToSnVWmtUXQAEJtREX9h78g9Dz3psHcykBX7YgpIAYBG0e1N8rsbnIceE2vYGM8Du59te5L-mjQaSeVMl_gxKGcvd2KcHN1ztZoGF4rk3xL2PHjum8mpE-U-BOPGM/s2048/uerjenemtnrgo_170120210898.jpg" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1365" data-original-width="2048" height="235" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7GaLeLbh22Ds4VbToSnVWmtUXQAEJtREX9h78g9Dz3psHcykBX7YgpIAYBG0e1N8rsbnIceE2vYGM8Du59te5L-mjQaSeVMl_gxKGcvd2KcHN1ztZoGF4rk3xL2PHjum8mpE-U-BOPGM/w353-h235/uerjenemtnrgo_170120210898.jpg" width="353" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;"><span face="Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: #fcfcfc; font-weight: 600;"><span style="color: #999999; font-size: xx-small;">Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil</span></span></td></tr></tbody></table><span style="font-family: helvetica;">Todos os anos, a prova de redação, uma das principais
modalidades do Exame, busca um tema da atualidade para que os estudantes possam
refletir e demonstrar seu domínio da língua, das técnicas de escrita e
conhecimento geral sobre o tema apresentado, que este ano foi “O estigma
associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.<span style="background: white;"> Para a diretora do Sindicato dos
Psicólogos de São Paulo, e participante da Frente Estadual Antimanicomial,
Estela Franzin, “2020 foi um ano de desgaste emocional e a convocação para
debater, em redação, estigmas da ‘doença’ mental, em uma sociedade que,
diariamente, flerta com a loucura, é urgente”. <o:p></o:p></span></span><p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-family: helvetica;">O tema suscita várias abordagens, inclusive a discussão sobre o conceito de doença mental como um distúrbio individual ou uma sequela causada pelo sofrimento imposto por um sistema social que antagoniza seres humanos. Entretanto, o estigma proposto
pelo título da redação só tende a se agravar com as recentes deliberações do
governo Bolsonaro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white;"><span style="font-family: helvetica;">Às vésperas do recesso parlamentar de 2020, mais precisamente no dia 3
de dezembro, durante a reunião do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde
(CONASS), o governo federal propôs a revogação de mais de cem atos normativos
que, desde os anos 1990, regulam a política de saúde mental do país, entre as
portarias do Ministério da Saúde que versam sobre a Reforma Psiquiátrica e o
tratamento humanizado do doente mental, em vez do encarceramento em manicômios.<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white;"><span style="font-family: helvetica;">Imediatamente, diversos setores da sociedade protestaram contra essa
tentativa, que ficou conhecida como “revogaço da saúde mental” e se articularam
em uma <strong><span style="font-weight: normal;">Frente
em Defesa da Saúde Mental, da Reforma Psiquiátrica e da Luta Antimanicomial.</span></strong>
<o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white;"><o:p><span style="font-family: helvetica;"> </span></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white;"><span style="font-family: helvetica;"><b><span style="font-size: medium;">A quem interessa esse revogaço</span></b></span></span></p><p></p><p class="MsoNormal"><span style="background: white;"><span style="font-family: helvetica;">Muitos duvidam da sanidade mental do presidente da República, mas, fato
é que as investidas de seu governo contra a sociedade não são aleatórias, elas
compõem um leque de ações para privilegiar setores em detrimento de outros. <o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white;"><span style="font-family: helvetica;">O projeto para revogar mais de uma centena de atos se insere na mesma
estratégia de privatizar o SUS e rebatizar manicômios como hospitais
psiquiátricos privados, que, livres das inconvenientes amarras que humanizam o
tratamento, podem se ver livres para promover o encarceramento, a medicação abusiva,
o eletrochoque e outras práticas condenadas pelos defensores da luta
antimanicomial.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white;"><span style="font-family: helvetica;">Para Estela Franzin “é Imprescindível assumirmos posição ante a grande
indústria da loucura. Estamos medicalizando nossos sentimentos, fatiando nossos
dias em reuniões e compromissos sem significado emocional, nos distanciamos de
quem amamos e daqueles que nos importam, no entanto, louco é sempre o outro”,
argumento que convoca a sociedade a refletir não apenas sobre estigmas, mas
sobre o próprio conceito de loucura.</span><span style="color: #666666; font-family: Roboto;"><o:p></o:p></span></span></p><span face="Roboto, Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: #fcfcfc; color: #101720; font-size: 18px; font-weight: 600; text-align: center;"></span><p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-89537869435131359622021-01-18T05:30:00.000-08:002021-01-18T05:30:00.165-08:00Governo de SP cria site para cadastro para a vacinação<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsTVUXHI9gm4oCU9BYWP1ypkDKExskC2cowawBBaDjgbOhWsW95Bx3zCk7tYFhljZHuJBNcj_ooebHcYjuwbrEUQFgHdK_vNg5TIZ5XfJWU16XZuuy0zO73ubsOTfsO7-KdkudLQp5ZL0/s804/vacina.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="537" data-original-width="804" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsTVUXHI9gm4oCU9BYWP1ypkDKExskC2cowawBBaDjgbOhWsW95Bx3zCk7tYFhljZHuJBNcj_ooebHcYjuwbrEUQFgHdK_vNg5TIZ5XfJWU16XZuuy0zO73ubsOTfsO7-KdkudLQp5ZL0/s320/vacina.jpeg" width="320" /></a></div><br /><p></p><p></p><p><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O governo do Estado
de São Paulo anunciou em 17.jan.2021, o lançamento de um site para, segundo
nota oficial, agilizar a campanha de vacinação contra a Covid-19. <o:p></o:p></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">"O pré-cadastro não é um agendamento, mas
vai garantir um atendimento mais rápido nos locais de vacinação e evitar a
formação de aglomerações. O fornecimento das informações é opcional, mas a
participação de cada um vai ajudar toda a sociedade", informa o governo. </span><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><o:p></o:p></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Helvetica; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">No primeiro momento serão atendidos
trabalhadores da área de saúde e grupos indígenas.</span><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> <o:p></o:p></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">O site para se
cadastras é <a href="https://vacinaja.sp.gov.br">https://vacinaja.sp.gov.br</a>/.<o:p></o:p></span></p>
<p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><o:p> </o:p></span></p>
<h2 style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-align: left; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><b>Campanha de olho em
2022</b></span></h2><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">É óbvio que se trata de uma boa notícia, mas nunca é demais lembrar que a "paternidade" da vacina se transformou em instrumento de campanha para o neoliberal governador João Doria (PSDB), ou "Bolsodoria", como cunhou em sua campanha.</span></p><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Doria é um político habilidoso, ganancioso e faz todos os passos pensando em uma candidatura à presidência da República no próximo ano. </span></p><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><span style="color: black; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 13.5pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Para seu objetivo, não hesita em aparelhar bens públicos, como a TV Cultura (que, por tese, é uma fundação independente) e o Instituto Butantã, centro de excelência em pesquisa, mas que se tornou joguete político na disputa que deixou interesses políticos acima da vida da população.</span></p><p style="-webkit-text-stroke-width: 0px; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; orphans: 2; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-decoration-thickness: initial; widows: 2; word-spacing: 0px;"><br /></p><p></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-45799780888369292932021-01-15T08:16:00.003-08:002021-01-15T08:16:27.097-08:00Incompetência confessa: Bolsonaro não tem condições de terminar o mandato<p> </p><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNpYnO3RKdKoRhJj255JLnILmZnBYadB2n1CHXdYRDs9DjHPZPXeaer-JxdHPyf0DzxfgXDlH2pQ1Nn2bQfssUtMAs-FmsHfrUTKYvsGUZODD1kbvS8pqkYVUVOFTG61aR9mxSmkQCpbU/s1200/bolsonaro%255D.jpg" imageanchor="1"><img alt="Uma política nefasta para o país / Foto: Alan Santos/PR" border="0" data-original-height="754" data-original-width="1200" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNpYnO3RKdKoRhJj255JLnILmZnBYadB2n1CHXdYRDs9DjHPZPXeaer-JxdHPyf0DzxfgXDlH2pQ1Nn2bQfssUtMAs-FmsHfrUTKYvsGUZODD1kbvS8pqkYVUVOFTG61aR9mxSmkQCpbU/w414-h260/bolsonaro%255D.jpg" width="414" /></a></div>Foto: Alan Santos/PR<br /><p><br /></p><p class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="background-color: white; color: #251f1a; font-family: helvetica, sans-serif; font-size: 18px; line-height: 27px; margin: 0px;"><span class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="border: 0px; color: inherit; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span></p><p class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="background-color: white; color: #251f1a; font-family: helvetica, sans-serif; font-size: 18px; line-height: 27px; margin: 0px;"><span style="color: inherit; font-family: inherit; font-size: inherit; font-style: inherit; font-variant-caps: inherit; font-variant-ligatures: inherit; font-weight: inherit;">O ano teve início com a confissão do presidente da República de que ele não sabe o que fazer com o país. Apesar de a declaração não ser surpresa, é apenas mais um elemento de indignação em relação à inépcia governamental, que leva o Brasil ao desastroso patamar de ser um país que não respeita leis ambientais, que tem o segundo maior índice de mortes por covid-19 no planeta, que deixou milhões de pessoas retornarem à linha da miséria, que é incapaz de controlar o desemprego galopante, que aprova leis de desmatamento, uso indiscriminado de venenos agrícolas, enquanto aumenta a violência policial e paramilitar, entre centenas de outras mazelas. </span></p><p class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="background-color: white; color: #251f1a; font-family: helvetica, sans-serif; font-size: 18px; line-height: 27px; margin: 0px;"><span class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="border: 0px; color: inherit; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">De um Brasil respeitado passamos a ser símbolo de vergonha mundial. E o responsável por isso tem nome e sobrenome: a política fascista e genocida de Jair Bolsonaro.</span></p><p class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="background-color: white; color: #251f1a; font-family: helvetica, sans-serif; font-size: 18px; line-height: 27px; margin: 0px;"><span class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="border: 0px; color: inherit; font: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Somam-se a essas declarações, a escancarada demonstração de desumanidade do (S)inistro da Saúde, Eduardo Pazuello, que desdenhou arrogantemente da população afirmando que a vacina será dada no "dia D e hora H"... Demonstração de incompetência e arrogância, que, juntamente com o colapso do sistema de saúde e combate à Covid19 em Manaus, é a essência perfeita deste desgoverno. </span></p><p class="x_m_7930725686622313754ub x_m_7930725686622313754dc" style="background-color: white; color: #251f1a; font-family: helvetica, sans-serif; font-size: 17px; line-height: 27px; margin: 0px;"><span class="x_m_7930725686622313754tb x_m_7930725686622313754ac" style="border: 0px; color: inherit; font-family: inherit; font-size: 18px; font-stretch: inherit; font-style: inherit; font-variant: inherit; font-weight: inherit; line-height: inherit; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A cada dia que esse governo permanece é um passo atrás dado pela sociedade brasileira. </span></p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-75484514259809385012021-01-14T10:00:00.001-08:002021-01-14T10:00:37.603-08:00Diálogos Limiar #3 conversa sobre psicologia e covid19<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/4wadquj0ZpA" width="320" youtube-src-id="4wadquj0ZpA"></iframe></div><br /><p>O Diálogos Limiar é um espaço criado pela editora para troca de ideias e reflexões sobre literatura, cultura, política e todos os temas candentes que afetam a sociedade.</p><p>Nesta terceira edição, o jornalista Norian Segatto conversou com a psicóloga Ana Bock, professora da PUC São Paulo, presidente do Instituto Silvia Lane e uma das precursoras da chamada Psicologia Sócio Histórica.</p><p>Na entrevista, Ana fala sobre sua formação acadêmica, sua militância política e como a psicologia e seus profissionais podem ajudar a sociedade durante esta pandemia. Segundo ela, a Psicologia poderia ter tido um papel mais relevante diante da Covid19, promovendo ações como "um luto coletivo" pelas mortes, para alertar a sociedade sobre a ineficiência governamental no combate à pandemia.</p><p>A conversa com Ana Bock foi feita, inicialmente, para o Sindicato dos Psicólogos de São Paulo, a quem a Editora agrade a autorização para reproduzir trechos em seu Diálogos. Confira no canal do Youtube, comente, se inscreva e acompanhe a Limiar nas redes sociais. </p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2116987006019312461.post-37289075960322039022020-12-10T09:41:00.002-08:002020-12-10T09:41:16.350-08:0013 CLARICES<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXKUAP5cmpNAqcMOP31Cj65HssvElvus5K32MVljgdt3Mjf4boHCaN64esVJVhwglF3LSjScf8jeSO11b6ryPRsvNfrjc8sqVqZudb1AEiNA5S_zN-RGB1BpLY94-v0G35eWIT4A8iZtw/s1000/Clarice+Lispector+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="738" data-original-width="1000" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXKUAP5cmpNAqcMOP31Cj65HssvElvus5K32MVljgdt3Mjf4boHCaN64esVJVhwglF3LSjScf8jeSO11b6ryPRsvNfrjc8sqVqZudb1AEiNA5S_zN-RGB1BpLY94-v0G35eWIT4A8iZtw/w406-h299/Clarice+Lispector+2.jpg" width="406" /></a></div><br /><p></p><p>Por Norian Segatto</p><p>Remexendo em velhos arquivos encontrei um pequeno texto que escrevi há uns dois anos, impactado pela leitura da crônica de Clarice Lispector, "Mineirinho", no qual ela se espanta, se indigna, se sente atacada pelo assassinato do bandido Mineirinho (em 1962), pela polícia do Rio. O que espantou a autora foram os 13 tiros desferidos. "Um bastava, o resto era vontade de matar", disse Clarice, em entrevista à TV Cultura pouco antes de sua morte, em 1977.</p><p>Neste 10 de dezembro do pandêmico 2020 comemora-se 100 anos do nascimento de Clarice Lispector, a maior escritora brasileira. Trágica coincidência, um dia antes, 9 de dezembro, relembra-se sua morte, que faz 43 anos neste centenário de nascimento.</p><p>Reproduzo aqui um trecho da crônica "Mineirinho", que me inspirou a escrever 13 CLARICES, uma singela homenagem/reverência à escrita impactante dessa autora única no cenário mundial. </p><p>Clarice não faz apenas 100 anos, ela está cem anos à nossa frente.</p><p>"<em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;">Esta é a lei. Mas há alguma coisa que, se me faz
ouvir o primeiro e o segundo tiro com um alívio de segurança, no terceiro me
deixa alerta, no quarto desassossegada, o quinto e o sexto me cobrem de
vergonha, o sétimo e o oitavo eu ouço com o coração batendo de horror, no nono
e no décimo minha boca está trêmula, no décimo primeiro digo em espanto o nome
de Deus, no décimo segundo chamo meu irmão. O décimo terceiro tiro me assassina
— porque eu sou o outro. Porque eu quero ser o outro." </span></em></p><p><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;">(Trecho da crônico Mineirinho, de Clarice Lispector)</span></em></p><p><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;">___________________________</span></em></p><h2 style="text-align: left;"><span style="color: #002142; font-family: Calibri, sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 18.6667px;"><b><i>13 CLARICES</i></b></span></span></h2><h3 style="line-height: 250%; text-align: left;"><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 250%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;">A primeira me
transcende, a segunda me joga no abismo, levado a um lugar desconhecido, a
terceira atemoriza, me expõe a íntimos demônios, a quarta fascina, a quinta e a
sexta desatam nós do vazio de meu peito, a sétima escancara o perplexo prazer
da agonia, a oitava descompassa a rítmica de um coração selvagem, a nona e a
décima inundam de angústia e horror a experiência humana, a décima primeira me
entorpece, a décima segunda, um ovo atravessado na garganta, a décima terceira
sou eu (me transmuto em clarices). </span></em></h3><h3 style="line-height: 250%; text-align: left;"><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 250%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;">Norian Segatto.</span></em></h3><p class="MsoNormal" style="line-height: 250%;"><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 250%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;">___________________________</span></em></p><p class="MsoNormal" style="line-height: 250%;"><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 250%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;"><br /></span></em></p><p class="MsoNormal"><em><span style="background: white; border: none windowtext 1.0pt; color: #002142; font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 14.0pt; line-height: 107%; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-hansi-theme-font: minor-latin; padding: 0cm;"><o:p></o:p></span></em></p><p> </p><p> </p>Blog Editora Limiarhttp://www.blogger.com/profile/10062227067242481823noreply@blogger.com0